Espetáculo Guerras Desconhecidas chega à Paraíba para uma série de apresentações

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Foto: Fernando Solidade Soares

Após se apresentar no Estado da Bahia, passando pelas cidades de Juazeiro, Canudos, Uauá e Euclides da Cunha, a Companhia Estudo de Cena chega ao Estado da Paraíba. Com um espetáculo de teatro feito em uma barraca de ferro e lona, que será montada em lugares diferentes como praças e feiras livres, grupo visita as cidades de Alagoa Grande, Itabaiana e João Pessoa.
Com o espetáculo Guerras Desconhecidas, o grupo convida o público paraibano para uma viagem no tempo, relembrando a história de três guerras brasileiras que não aparecem na história oficial de nosso país. Lampião, Zapata, Pantera Negra e Santa Dica, grandes líderes latino-americanos, remetem o público a importantes conflitos brasileiros do século vinte, e dessa forma, o grupo revisita a verdadeira história brasileira e visita a região onde alguns conflitos muito importantes ocorreram.

A BARRACA DE CENA NA PARAÍBA

Uma estrutura de ferro e lona, um teatro mambembe, de trinta e seis metros quadrados, com cenas que remetem o público a história, por muitas vezes esquecida, do Brasil. Essa é a Barraca de Cena, espaço criado pela Companhia Estudo de Cena, que acaba de realizar uma série de apresentações no Estado da Bahia, passando pelas cidades de Juazeiro, Canudos, Uauá e Euclides da Cunha, e agora chega ao Estado da Paraíba, com apresentações nas cidades de Alagoa Grande, Itabaiana e João Pessoa.
Criado em 2013, Guerras Desconhecidas, é um espetáculo de variedades, que tem como tema central conflitos sociais da história do Brasil, essas demonstrações coletivas de luta por uma vida digna e por respeito à diversidade cultural brasileira.

A fonte de pesquisa dessas histórias foi o caderno “Guerras desconhecidas do Brasil” escrito pelo jornalista Leonencio Nossa e publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo em dezembro de 2010. “O espetáculo vem no contra fluxo de uma ideia muito difundida que diz “que o povo brasileiro é pacífico, submisso, que não temos guerras em nossa história, que aqui as classes sociais convivem pacificamente”. Essas histórias demonstram exatamente o contrário e talvez, por isso, foram ofuscadas.

O trabalho do jornalista Leonencio Nossa, é precioso nesse sentido, e por isso nós o escolhemos como base para esse espetáculo. Nossa história está repleta de demonstrações coletivas de resistência popular, frente ao modelo de progresso capitalista, e acabam demonstrando, além de nosso passado de luta, o desrespeito totalitário do ideário burguês, em não aceitar qualquer tipo de organização que fuja do modelo estabelecido. Isso em momentos de ditadura ou de democracia.” explica Diogo Noventa, diretor e dramaturgo da Companhia.
Contemplado pelo Prêmio Myriam Muniz – FUNARTE/2014, o grupo se prepara para uma temporada passando por universidades, praças e feiras nordestinas típicas, de diversas cidades da Bahia e da Paraíba, visitando lugares emblemáticos que foram referência para a composição desse projeto.
“Nosso teatro narra histórias de revoltas populares que não são lembradas pela história oficial do país, mas que pertencem ao imaginário coletivo de parte do povo brasileiro e retratam a diversidade de nossa cultura. Nesse contexto, esse projeto é um convite à memória social, para que através dela possamos refletir sobre o nosso presente.” – complementa Diogo Noventa.
O espetáculo Guerras Desconhecidas, apresenta ao público a história de três guerras brasileiras que não aparecem na história oficial de nosso país: a Guerra do Pau de Colher, a Guerra de São Bonifácio e a Guerra do Gatilheiro. O espetáculo é composto por diferentes recursos, com referência em jogos e brincadeiras populares, pantomimas e cenas muito poéticas.

O espetáculo é dividido em atos, que são apresentados por líderes latino-americanos, que povoam o imaginário social de nosso continente: Lampião, Zapata, Pantera Negra e Santa Dica. Como referência teórica e poética Guerras Desconhecidas, faz alusão a escritos dos palestinos Edward Said e Mahamud Darwich, do peruano Aníbal Quijano e do poeta da Martinica, Aimé Césaire.
Guerras Desconhecidas estreou em 2014, e com o apoio da Secretaria de Abastecimento, realizou uma temporada de muito sucesso com vinte e cinco apresentações em feiras livres da cidade de São Paulo. Foi também apresentado no Largo de São Bento, Praça do Patriarca, IX Mostra de Teatro de Rua de São Miguel Paulista e na II Feira Antropofágica de Opinião, realizada no Memorial da América Latina. Em junho de 2015 realizou temporada no Clube Escola Tatuapé.
Após a experiência artística do grupo com a circulação nas feiras da cidade de São Paulo, o grupo se apresentou na Bahia, e agora chega ao Estado da Paraíba, para se apresentar entre outros lugares, nas feiras típicas do nordeste, locais onde se desenvolvem uma série de relações sociais. A escolha dessa região se deu pelo fato de estarem em lugares que tenham em seu imaginário conflitos sociais, como é o caso dos municípios do Estado da Bahia, por onde passaram Lampião e Antônio Conselheiro.
O grupo convida toda a população para participar desse momento de troca e de valorização à memória, e à cultura brasileira. Vale lembrar que feira vem do latim feria que significa “dia festivo”, o que parece ser um ótimo lugar para encontrar essa Barraca de Cena.
Conheça o trabalho da Companhia Estudo de Cena, acessando a página do facebook: www.facebook.com/Companhia-Estudo-de-Cena

A COMPANHIA ESTUDO DE CENA

A relação entre cena/espaço e ficção/realidade, atrelados a temas críticos contemporâneos, tem sido o principal objeto de pesquisa da Companhia Estudo de Cena na construção de seus trabalhos. O teatro que o grupo se propõe a realizar vem ao encontro de uma arte contra-hegemônica que tem seu conteúdo definido por temas que contribuem com o debate sobre as condições atuais da vida, sem reforçar a paralisia inoperante ou a lucidez negativista de parte do pensamento crítico e sim assumindo a responsabilidade do artista por tencionar o futuro.

“Nosso objetivo é que todos e todas tenham direito a arte seja como artista ou como público, por isso pesquisamos formas experimentais de teatro, para que ele se transforme pela relação social estabelecida no fazer teatral. É apenas na perspectiva experimental e no processo coletivo de trabalho que podemos buscar isso.” – explica do diretor do grupo Diogo Noventa.

Atualmente a Estudo de Cena se concentra no estudo sobre violência e democracia. Fazem parte dessa pesquisa a peça de rua “A farsa da justiça”, “Guerras Desconhecidas” e o experimento “Tentativas sobre Fatzer”.

A Companhia Estudo de Cena, foi contemplada por alguns prêmios e editais ao longo de sua jornada. Em 2008, recebeu o Prêmio Cultura Viva, cedido pela Secretaria de Programas Especiais do MINC, para projetos culturais de relevância nacional.

Em 2009, contemplado pelo Prêmio Interações Estéticas – FUNARTE/MINC – o grupo desenvolveu o filme “Estudo de Cena: a República”, e em 2010, com o mesmo prêmio, desenvolveu o espetáculo de rua “Fulero Circo”, que foi apresentado em São Paulo, Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul.

No ano de 2011, contemplados pelo Programa VAI – Secretaria de Cultura da cidade de São Paulo realizou mostra de seu repertório.

Em 2013, a companhia foi contemplada com o Edital de Fomento ao Teatro – Secretaria de Cultura da cidade de São Paulo. Através desse edital circulou com o espetáculo “A Farsa da Justiça”, e também criou o seu espetáculo “Guerras Desconhecidas”, que realizou uma temporada com vinte e cinco apresentações em feiras livres da cidade de São Paulo. Neste mesmo ano, a Companhia Estudo de Cena, recebeu o Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro, na categoria “Grupo Revelação do Estado de São Paulo”.

No ano seguinte, o grupo recebeu o Prêmio Myriam Muniz – FUNARTE/MINC – que agora leva o espetáculo Guerras Desconhecidas para feiras típicas nordestinas de cidades da Paraíba e Bahia.

Para saber mais sobre a programação e histórico do grupo, acesse o facebook: Companhia Estudo de Cena

PARA ROTEIRO – SINOPSE – GUERRAS DESCONHECIDAS

GUERRAS DESCONHECIDAS apresenta ao público três guerras brasileiras que não aparecem na história oficial do país. O espetáculo é composto de um prólogo (cena de realismo fantástico) e três atos: Guerra do Pau-de-Colher (comédia), Guerra de São Bonifácio (drama épico) e Guerra do Gatilheiro Quintino (ato lírico). A narrativa é conduzida por Lampião, Zapata, Pantera Negra e Santa Dica, personagens do imaginário social do nosso continente.
Para a criação a Estudo de Cena teve como base o caderno “Guerras Desconhecidas do Brasil” escrito pelo jornalista Leonencio Nossa e a construção de um teatro mambembe, a Barraca de Cena, montada em feiras, praças e ruas.

Abaixo imagens das apresentação do espetáculo.

 

Serviço:

Duração: 90 minutos

Não é necessário retirar ingressos.

Locais, datas e horários do estado da Paraiba:

Alagoa Grande – Dia 22 – quinta feira – 19hs
Em frente ao Teatro Santa Ignêz

Dia 24 – sábado – 10hs
Feira de Alagoa Grande

Itabaiana – Dias 25 e 26 – 19hs
Praça Epitácio Pessoa.

João Pessoa- Dia 29 – 17hs
Prédio do Centro de Comunicação Turismo e Artes – CCTA/UFPB
Via Expressa Padre Zé – Conj. Pres. Castelo Branco III

Dia 30 – 19hs
Praça da Paz

DiarioPB com Assessoria

Foto: Fernando Solidade Soares

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Redação DiárioPB

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