GERAL

Manifestações políticas ou quando cai a máscara

tarjaePauloAlves

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Acho que para bom início de conversa temos que lançar algumas premissas e uma conclusão, que a elite e a finada classe média insistem em ignorá-las por ingenuidade intelectual, por má-fé, ou por burrice mesmo, que seria um misto das duas anteriores.

  • 1ª o Brasil é um país corrupto (alguém desconhece a origem deste país, eu relembro: fomos invadidos e explorados por um povo néscio e corrupto).
  • 2ª até agora a polititica brasileira nadou e patinou neste mar de lama e jamais fez esforço para dele sair.
  • 3ª o PT é um partido político, e quem entra na lama tende a se melar (ou alguém se esqueceu das alianças alinhavadas e levadas a cabo para se ganhar as eleições de 2002? Pois é, os antigos diziam que “quem com porcos se mistura farelo comerá”. Não é fácil livrar-se da herança secular. O PT agora continua pagando muito caro por esses erros do passado, que continuam presentes e tudo indica que esse fantasma ainda vai fazer muita assombração.

ü  Logo, conclui-se que o PT não inventou a corrupção. E se agora o governo Dilma está envolto nas brumas do escândalo da Petrobrás é porque resolveu investigar, não jogou sob o tapete como outrora se fazia. Afinal foi largamente noticiado que este esquema, que aí está, começou em 1997. Alguém lembra quem era o presidente do Brasil nesta época? E a que partido pertencia? Eu não vou dizer; se não os opositores do PT dirão que estou mentindo e isso não me cai bem. Mas insisto, em que governo foi aprovada a emenda da reeleição? E será que o Congresso aprovou-a só por caridade ou por uma crise de consciência de que seu papel é aprovar leis desinteressadamente. Não. Muita água correu debaixo da ponte, ou melhor, muito dinheiro correu por baixo das mesas de “reuniões”.

Agora, todos pontam o dedo para o governo, taxando-o de corrupto, coisa que ninguém prova. E se a oposição não comeu muito dinheiro da Petrobrás, comeu de outra fonte, pois a direita jamais repousou em lençóis limpos. Ou será que é honestidade o pacotão que o atual presidente da Câmara federal aprovou e depois “pediu penico”, o qual autorizava inclusive ajuda-cônjuges, para parlamentares e suas outra-metade passearem em Brasília com tudo pago pela população. E, pasmem, não desaprovaram de todo, esse intento, puseram-no na geladeira, por enquanto; pois, quando um parlamentar quiser levar seu cônjuge do estado natal a Brasília é só pedir à mesa que autorize. Bom, não? Isso pode até ser legal, mas não é legítimo, senhora oposição.

Mas o cabo de guerra formou-se, dessa vez, pelas duas últimas manifestações públicas: uma exigindo fim da corrupção, mas de apoio ao governo; outra exigindo fim da corrupção, impedimento do governo, e volta da ditadura militar, dentre outras fuleiragens: não dá para levar a sério quem empunha tal pauta de reinvindicações. Tem que ser muito estúpido para se viver num país mais ou menos democrático e ir às ruas mendigar uma ditadura. Esta classe medíocre deveria ainda guardar na memória o que ela sofreu com a ditadura militar, especialmente após o AI-5, quando não havia espaço para o “jeitinho brasileiro”, culturalmente típico das classes média e alta (nesse período, prendia-se e torturava-se quem fosse contra o regime, não importando a que classe pertencia). Ditadura esta, apoiada e conservada por ambas com medo de perderem o controle político e social para a classe popular que se levantava no país, e quem morreu aos montes foram os rebentos da classe média, ditos politizados. Mas parece que ela aprovou, tanto que está pedindo novamente. Tanto o apoio ao golpe, à época, quanto o desejo de que volte tal regime testemunham a inteligência, a capacidade de análise, e a sanidade mental de tal casta que, sabemos, descende direto da Idade Média: representada pelas trevas e tortura. É essa gente que está inconformada por não ter à mão as rédeas do país.

Claro, nem precisa dizer que a manifestação do dia 13 foi mínima perto da do dia 15. A razão já se sabe. A própria bíblia dá a resposta: “Os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz”. É mais fácil fazer ruir do que edificar. A chamada elite e a classe média sempre parasitaram corroendo as finanças do Estado, fruto do suor dos pobres. Vivendo de sinecuras, doações ilegais, pensões espúrias e “cavação” de todas as ordens. Esta faixa de gente está habituada a tudo ter sem o menor esforço; agora está indignada com a possibilidade de dividir alguma coisa com os pobres. Não só alguma coisa que o governo destina as classes populares, falo do bolsa-família, mas sobretudo irrita-os a possibilidade de ver os pobres evoluírem. Essa gente pensa com a cabeça ibérica: pior para o povo melhor para ela; mesmo que para isso vivam com medo e morrendo por vezes à larga, vítima da violência das ruas que é produzida pela violência dos gabinetes corruptos. Deviam lembrar a lição de Celso Athayde: “ou dividimos a riqueza do país ou seremos obrigado a dividir as consequências da miséria”.

Mas esse ódio ao PT é apenas respingo do ódio aos pobres que há nesse país, e se o pobre for negro piora a situação. O ódio ao pobre é gratuito. Simplesmente por ele existir. Mas no governo do PT esse ódio aumentou. Simplesmente porque neste governo ricos têm de dividir espaço com pobres em aviões, em universidades, em shopping centers, (vide o desconforto dos rolezinhos), e o mais preocupante, a concorrências em empregos públicos aumentou e muito. Assim os ricos, se não fizerem um trambique bem feito, hão de estudarem também; coisa que nunca fizeram, sempre ficaram com o file da sociedade sem precisar mover uma palha. Então, em sua forma de ver as coisas é mais prudente eliminar o risco, isto é, retirar PT do poder, trocando pelo PSDB que se nutre também do ódio ao pobre, isso, para que negros e pobres só saiam da favela para varrer o asfalto, lavar e cozinhar para os enfatuados, sem direitos trabalhistas.

Então. No domingo 08/03, enquanto a presidenta fazia um pronunciamento em cadeia nacional, em comemoração ao dia da mulher, muitos bem-nascidos e mal-educados saíram às varandas de seus luxuosos apartamentos batendo panelas (de inox supõe-se) e apostrofando aos berros a presidenta de epítetos nada respeitosos. “Vaca”, “Puta”, “Vagabunda”, “Velha safada”, “Filha da puta”… e outras pérolas que se encaixam muito bem a essa gente que pensa que o mundo gira em torno de seus umbigos, muitos dos quais sujos, pois quem conserva a boca suja, imagine o resto do corpo… Deveria esta gente ter o mínimo de decência e respeitar uma senhora, sexagenária, avó, legitimamente chefe da nação, que sempre se deu ao respeito e que sofreu tortura em defesa da liberdade para que esses bocas de lobo pudessem agora vomitar aquilo que guardam em suas entranhas sales. Ademais, panelaço, gente, é uma manifestação que por sua origem (no Chile em 1971) é para expressar falta de alimento por que passam os manifestantes. Não é o caso dessas vacas-de-Basã que além de ter alimento ao desperdício, sobram-lhe dinheiro ao menos para comprar cerveja, uísque, bolsas, baton e laquê. Se é essa gente mal-educada, hipócrita, desrespeitosa, debochada que vai me governar ou alguém por ela indicado, recuso-me. Com esse comportamento leviano não tem moral nem para administrar bordel de beira de estrada. Prefiro uma ex-presa política, ou um torneiro mecânico.

Com esta manifestação, a elite tupiniquim deslizou a máscara e confirmou-se como parva, autoritária e reacionária.

Ainda defendo a velha!

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Redação DiárioPB

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