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UM DICIONARISTA DE “PALAVRÕES” 

Crônicas do Cotidiano - Por Rui Leião.

Bolsonaro insulta imprensa com palavrões ao invés de explicar gastos com verba pública

UM DICIONARISTA DE “PALAVRÕES”

O vocabulário do atual presidente da república, além de muito pobre, é chulo, grosseiro, agressivo, desrespeitoso, insultuoso. Não condiz com a estatura do cargo que exerce. Mostra-se uma personalidade pública com nível cultural abaixo do que se espera de alguém que tem a missão de governar uma nação. Sempre que é instigado a falar de assuntos mais complexos, esquiva-se e volta a sua artilharia verbal aos que identifica como inimigos, e se excede no uso de “palavrões”, xingamentos, ofensas, porque não dispõe de conhecimento para o debate sério, inteligente, argumentativo.

Aplaudido por admiradores que o chamam de “mito”, molda seus discursos na conformidade do que deseja sua militância política, representada fortemente por uma parcela do conservadorismo moral, punitivista, contrário aos direitos humanos. Quando se sente acuado parte para a produção de bravatas, ameaças, na tentativa de provocar intimidação. E o faz de forma indelicada, utilizando-se de uma linguagem inapropriada para quem deveria se portar como um estadista e incompatível com o que se entenda como posturas civilizadas de um governante.

Percebe-se nitidamente a falta de amadurecimento intelectual nas suas declarações sobre qualquer tema a que seja convidado a se manifestar. Essa é uma característica marcante da sua personalidade. Esmera-se na prática de um obscurantismo rudimentar, como bem classificou o jurista Miguel Reale Junior. Cuida em alimentar o factoide de ser um mito, mesmo revelando-se um dicionarista de “palavrões”. Impressiona a incoerência dos conservadores brasileiros quando não se escandalizam com o linguajar chulo do presidente, desrespeitando o ambiente em que seja convidado a proferir um discurso.

Causa perplexidade observar que as palavras de baixo calão repetidas à exaustão pelo presidente da república, não causem constrangimento e preocupação a alguma figuras proeminentes da estrutura político-administrativa do país. Não estou aqui assumindo uma posição de puritanismo, mas de apelo à moderação discursiva do principal líder da nação, adotando um comportamento de decência enquanto no exercício da função de maior autoridade do país. É uma questão de sadia mentalidade, obediência à ética na atividade pública e compromisso com os valores que a sociedade considera voltados para a moralidade.

As agressões verbais com a intenção de ridicularizar, humilhar, ameaçar ou manipular, não podem ser admitidas como algo normal quando proferidas por quem tem a responsabilidade governar ou liderar. De um detentor de eventual poder político se exige comportamento pautado em princípios humanistas e cívicos, que servirá de exemplo para seus governados.

Rui Leitão – 10.07.2021

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Rui Leitao

Rui Leitão nasceu em Patos e é radicado em João Pessoa. Jornalista, já foi responsável pela superintendência da Rádio Tabajara. Atualmente atua na Prefeitura da capital. Assinou colunas nos portais Paraibaonline de Campina Grande e Portalbip. Atualmente é o Superintendente da EPC – Empresa Paraibana de Comunicação.

Redação DiárioPB

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