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Será que a Inglaterra vai para as ilhas Malvinas?

Reino Unido de deixar a União EuropeiaHoje, 24/06/2016, por meio de um plebiscito, a Inglaterra decide sair da União Europeia, bloco do qual ela fazia parte mais ou menos desde 1973. Digo mais ou menos, porque se efetivamente ela estava mais dentro do que fora, a verdade é que afetivamente ela nunca estivera dentro. Apesar de participar de quase tudo, sempre havia um renrén, a moeda continuava sendo a Libra Esterlina e não o Euro, comum a todos os outros componentes do bloco. A União Europeia deu o primeiro passo em 1957 com o Tratado de Roma.

A Inglaterra sempre se achou melhor do que todos os outros países, mais espertalhona, a Espanha chama(va)-a de a ladra. E verdade seja dita, organizacional e administrativamente só a Alemanha concorre com certeza ganha da Inglaterra. Mas daí ela achar que pode trilhar seu próprio caminho sozinha, como fizera desde sempre até final do terceiro quartel do século XX, quando praticamente esgotaram os países da África que haviam sido repartidos pelos rapinantes Europeus, ocorrida na Conferência de Berlim de novembro de 1884 a fevereiro de 1885, parece um pouco de exagero ou excesso de confiança: os tempos são outros.

Quando os seis países fundadores, Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos, reuniram-se e discutiram a possibilidade de juntarem-se num bloco político, econômico com leis, comércio, acordos e problemas em comuns, eles simplesmente estavam discutindo sobrevivência diante dos Estados Unidos com sua política avassaladores que passa por cima de todos como um rolo compressor. Para se ter uma ideia dessa política leonina estadunidense, quando a França criou o Concorde, sem dúvida um avião de conceito revolucionário ainda que voltado para o turismo de luxo, mas não deixava de ser ousado e conceitual, os yankes, para sabotarem o plano dos gauleses, simplesmente proibiram a entrada desta aeronave em seus aeroportos, foi a pá de cal, pois o famoso Supersônico havia sido pensado exatamente para fazer voos transatlânticos entre Paris ou Londres e Nova Iorque, projetado para fazer este percurso em três horas e trinta minutos (contra as sete horas e vinte e cinco minutos gastos pelo Jumbo 747), este seria o mapa da mina! Que fora abortado. Diante dessa realidade valeu a máxima que “os fracos têm que se unirem frente ao mais forte”.

E com certeza a Europa unida barganhou muitos mais econômica e politicamente diante dos EUA e de outros mercados. Militarmente também a Inglaterra não representa um grande poderio, inclusive depois de a dama de ferro, Margaret Thatcher dizer que a Inglaterra seria o porta-aviões dos Estados Unidos, numa das muitas pendengas bélicas do todo-poderoso império yanke. Então imagino eu que a Inglaterra tinha muito a ganhar permanecendo no bloco. Sobretudo se a União Europeia restante resolver tratá-la sem proteção, favorecimento nem misericórdia, os Estados Unidos disseram antes do resultado que dariam prioridade ao bloco unido à ela separada. Então restará a ela lançar a mão grande sobre os países latino-americanos que sempre desempenharam o papel de imbecis, dando tudo que têm à Europa e deixando seus filhos na miséria: disso o Brasil sempre foi mestre. É o que ela vai acabar fazendo. E o Brasil é o primeiro a se abrir para ela tal qual fez o chalaça de recados Epitácio Pessoa na má intenção de construir o famigerado porto em João Pessoa no Rio Sanhauá, Abarrotando as contas de dois golpistas ingleses e um estadunidense que se diziam empresários do ramo da construção de portos, e hoje se sabe que eram golpistas, esses senhores nunca construíram nem uma pinguela em seus países. Não esqueçamos que a Inglaterra é hoje o que lhe possibilitou ser o ouro roubado do Brasil pelos gatunos parvos portugueses que surrupiavam-no de nossas minas e de pronto entregavam-no aos espertalhões britânicos e assim lhe possibilitaram ser a potência industrial e econômica que são hoje. Ela vem aí com toda a força!

Contudo, eu sempre soube que esse projeto de unificação de vários países (hoje são 28, contando a Inglaterra que de fato ainda está no bloco) não daria muito certo: são muitas ideias, são muitas cabeças a pesar, muitos desejos a pulsar, muitos interesses a administrar, e muitos problemas para serem resolvidos. Eu, certa vez, disse a um francês que este era um projeto impossível, ele, é claro, não gostou. Ouvir um latino-americanozinho dizê-lo com todas as palavras, dar motivos, explicá-los e analisá-los, não o agradou. Eles (europeus) sempre querem ser os mestres do mundo. Pluft!

Num esforço titânico para gerir tantas diferenças e satisfazer tantos interesses, a União Europeia juntou e relativizou leis, economia e até estatutos de migração, mas por exemplo, no início de 2001 havia um imbróglio que sobreviveu praticamente um mês insolúvel no bloco europeu: era simplesmente a definição do período de caça em cada país, que até então não havia ainda chegado a termo. Isso me mostrava a fragilidade do monstro. Era simplesmente um gigante de pés de barro. E imagino que o movimento separatista não para na Inglaterra. Pois apesar de todas as encrencas internas ao bloco o que pesou na decisão da Inglaterra foi não querer receber mais imigrantes, coisa que não é específica só dela. A Europa é assim: ela se acha no direito de invadir o mundo inteiro, mas ninguém pode entrar nela. Estranho, não?

Porém, repito: quem deve ficar atento a esses abalos e essas mudanças políticas são os países latino-americanos. Nós sempre pagamos a conta das decisões do mundo, através da incompetência entreguista e corrompida dos nossos governantes.

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Redação DiárioPB

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