Roubo de contas de clientes no comércio eletrônico brasileiro supera média global, aponta estudo
O número de empresas brasileiras no comércio eletrônico que relataram ter sofrido algum problema por causa de roubo de conta de clientes superou a média mundial em estudo realizado pela Visa.
Segundo o levantamento feito com 2,8 mil profissionais da área de gestão de fraudes de empresas e organizações dos setores de bens duráveis, turismo, serviços, gastronomia e eletroeletrônicos, 42% afirmaram ter lidado com esse tipo de caso no Brasil.
A média mundial é de 37%. No entanto, o índice brasileiro ainda é inferior ao da média latino-americana, que é de 47%.
O roubo de conta ocorre quando o cliente tem seu usuário e senha obtidos por um terceiro, que pode realizar compras sem autorização.
‘Teste de cartão’
A fraude mais comum identificada no comércio eletrônico brasileiro é o chamado “teste de cartão”, quando um criminoso tenta utilizar dados do cartão de outra pessoa pela primeira vez.
O golpe consiste em realizar compras de baixo valor, para verificar se os dados são válidos, e, posteriormente, consumir o limite em compras de valor maior.
De acordo com a Visa, 45% dos especialistas ouvidos no Brasil relataram ter detectado essa fraude, outro número acima da média mundial (36%).
O Brasil também tem percentual maior no uso abusivo de cupons (40% contra 33% na média mundial) e de fraudes em programas de fidelidade (30% no Brasil contra 23% no mundo).
Por outro lado, ficou abaixo da média em casos como fraudes de sites falsos com as técnicas de “phishing”, “pharming” e “whaling” (45% no mundo, mas 26% no Brasil), solicitação indevida de estorno após compras (33% no mundo, mas 28% no Brasil) e “botnets” (28% no mundo, mas 9% no Brasil), que são computadores infectados com softwares maliciosos para roubar dados e acessar dispositivos.
Dificuldades
Segundo os especialistas, os números dependem do que as empresas conseguem detectar em seu ambiente. No entanto, 65% dos profissionais latino-americanos entrevistados reconheceram dificuldades em identificar as fraudes que ocorrem e responder aos casos – o que significa que muitas podem passar despercebidas.
O objetivo do levantamento é identificar pontos que exigem cautela e cuidados – ou oportunidades de melhoria – por parte dos lojistas. O estudo destaca, por exemplo, que a análise do histórico de pedidos é uma das ferramentas mais úteis para detectar desvios no comportamento dos clientes e, portanto, pedidos problemáticos.
De acordo com o estudo da Visa, a América Latina é um dos mercados que mais cancela pedidos após uma revisão manual. Embora 1 em cada 5 pedidos acabe passando por revisão manual – o que é menos do que a média global, de 1 em cada 4 -, 20% deles são recusados – quase 7 vezes maios do que a média global, de 3%.
G1