Das 450 milhões de cédulas de R$ 200 impressas no ano passado, 75.443.764 milhões estavam em circulação até a segunda-feira (12), conforme dados do Banco Central (BC).
As cédulas de R$ 200 são liberadas para circulação, segundo o BC, de acordo com a demanda e o ritmo de distribuição, por ora, dentro do esperado. Enquanto isso, o outro montante das cédulas que não está nas mãos da população fica em poder do governo.
Para o Banco Central, a crise pandêmica levou as pessoas a “entesourar” recursos em casa, ou seja, manter reserva em cédulas — algo que também aconteceu em outros países.
Outro motivo apontado pela instituição para a criação da cédula foi a necessidade de fazer frente ao pagamento do auxílio emergencial.
Boa parte dos beneficiários, sobretudo os de menor renda, preferiu sacar o benefício em espécie nos primeiros lotes. Depois, em um segundo momento, a Caixa Econômica Federal facilitou a transferência dos recursos e o pagamento de contas.
Custo de produção da nota de R$ 200
Segundo o Banco Central, a nova cédula, apesar da baixa utilização, é a que custa mais caro — ao preço de R$ 325 por milheiro. O valor desembolsado no ano passado pelo Banco Central foi de cerca de R$ 146 milhões na produção das 450 milhões de unidades.
Depois da cédula de R$ 200, a de mais cara produção é a de R$ 20, com custo estimado, em 2020, de R$ 309 o milheiro. Os valores estão sujeitos à variação do dólar, esclareceu o BC.
Falsificação
Conforme dados do Banco Central, até o fim de 2020, 3.391 cédulas de R$ 100 falsificadas foram retiradas de circulação apenas em Minas Gerais. Até o momento, a instituição não tem informações nem dados atualizados a respeito de falsificações das cédulas de R$ 200. Em todo o Estado, já foram recolhidas mais de 13.500 cédulas falsas entre valores de R$ 2 a R$ 100.
HISTÓRIA
No dia 29 de julho de 2020, foi anunciado pelo Banco Central (BACEN) que, em agosto, será colocada em circulação a nota de R$ 200,00, que incorporará a imagem do lobo-guará. Se antes, a nota de maior valor era a de R$ 100,00, agora, essa será substituída e o maior valor nominativo de dinheiro vivo em circulação será de R$ 200,00.
Segundo a diretora de administração do BACEN, essa nova nota é necessária para reduzir os custos de impressão, pois neste momento, aumentou a demanda por papel-moeda (dinheiro vivo ou em espécie). Esse aumento foi causado pelo cenário de incerteza que vivemos, diante da pandemia instalada e pelo saque do auxílio emergencial, já que, muitos beneficiários, além de preferirem dinheiro em espécie, não possuem conta em bancos.
Entretanto, existem incoerências nesta argumentação, uma vez que, segundo o próprio departamento de estatística do BACEN, este aumento é temporário. Empresas fechando as portas, trabalhadores sendo demitidos, colocar em circulação uma nova nota monetária não irá resolver os problemas que assolam nossa economia. Pelo contrário, pode corroborar para a perda da confiança social, já que a estabilidade da nossa moeda, assume um papel social relevante. E, diga-se de passagem, vivemos um momento de estabilidade inflacionária, não justificando mais uma vez, a criação da nota de R$ 200,00.
Para além desses argumentos, estamos indo na contramão mundial no que diz respeito ao combate a lavagem de dinheiro. A União Europeia, por exemplo, estuda tirar de circulação a nota de US$ 500,00 para dificultar atividades ilícitas. Outra questão é que cada vez mais, a internet tem sido utilizada para realizar pagamentos virtuais, não justificando, mais uma vez, a emissão dessa moeda.
Neste momento, criar a nota de R$ 200,00 não irá resolver nossos problemas, que, diga-se de passagem, são grandes: alto número de mortes devido a Covid-19, metade da população brasileira sem acesso a esgoto tratado, empresas falindo, pessoas ficando desempregadas e poucos recursos destinados para combater à pandemia. Quais são, de fato, nossas prioridades?
da Redação com Comex Brasil.