Projeto Cambada com seis atrações musicais será lançado no Espaço Cultural

Foto: Sérgio Ricardo/Arquivo/DIÁRIOPB
Foto: Sérgio Ricardo/Arquivo/DIÁRIOPB

Com o objetivo de valorizar a música paraibana e seus compositores, a Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) lança este mês o projeto Cambada. A proposta consiste em realizar uma série de shows onde artistas da terra se apresentam com repertório construído exclusivamente com músicas de compositores paraibanos. Quem abre a agenda é a banda Seu Pereira e Coletivo 401, na quarta-feira (13), seguido de A Troça Harmônica, que se apresenta na quinta-feira (14).

Na segunda semana, o projeto recebe Wister na quarta-feira (20) e Trio APX na quinta-feira (21). A última semana traz Totonho na quarta-feira (27) e Adeildo Vieira na quinta-feira (28). Apenas o primeiro show será no Teatro Paulo Pontes. Os demais acontecerão na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, sempre a partir das 20h. Os ingressos custarão R$ 10 (inteiro) e R$ 5 (estudante).

Com a ação, a Funesc pretende oferecer um panorama da produção local à população, ampliando dessa forma o acesso às mais variadas vertentes da música, onde cada artista apresenta, além de seu repertório autoral, músicas de conterrâneos. “Pretendo cantar poucas músicas minhas. Vou cantar mesmo canções de alguns companheiros que pincei na nossa cena musical e que se encaixa um pouco com minha forma de tocar e cantar”, explica o músico Adeildo Vieira.

Seu Pereira e Coletivo 401 – O grupo Seu Pereira e Coletivo 401 faz parte da nova safra de artistas paraibanos. A banda apresenta um trabalho pautado na originalidade de suas canções autorais com uma força poética marcante, ritmo híbrido e letras que retratam o cotidiano da cidade.

O coletivo 401 – coletivo metafórico – que carrega influências e ideias, faz referência ao coletivo 401 físico, que cruza a capital paraibana, saindo do bairro do Altiplano, passando pelo bairro da Torre, até chegar ao centro da cidade, carregando personagens reais, personagens como o próprio Seu Pereira. Passageiros que moem suas alegrias, angústias, sonhos e dúvidas, sempre com os olhos atentos na próxima parada. O som da banda carrega balanço e swing. É baião nervoso, é samba-rock nordestino e funk Paraíba.

Com seis anos de formação, Seu Pereira já gravou um CD e se apresentou nos principais festivais de música do Estado e circulou por várias cidades do país, a exemplo de Natal, Brasília, Taguatinga, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo. A banda também já se apresentou na África e na Europa.

A Troça Harmônica – Formada em 2013, a Troça Harmônica lançou em 2015 seu primeiro álbum com músicas autorais. “Pianinho” (Lucas Dourado/Chico Limeira/Gustavo Limeira) e “Maria vem” (Regina Limeira) foram as escolhidas como os singles de apresentação do álbum, disponibilizadas pelo YouTube ainda em março. Neste meio tempo, foram reveladas nas apresentações ao vivo “Mel de sal” (Lucas Dourado, em parceria com sua esposa, Polly Barros) e “Vertigem da inocência” (Chico César). Sobre esta última, o presente veio de um momento despretensioso. Chico, o Limeira, pediu ao César permissão para gravarem uma de suas canções, que imediatamente liberou todo o seu catálogo. “Quando me disseram que queriam gravar algo inédito meu, lembrei imediatamente de ‘Vertigem da inocência’, por acreditar que encaixaria com esse momento de início de uma carreira”, declarou Chico César. A única completamente inédita é a faixa 12, “Intimidade” (Chico Limeira), última a ser composta.

Para embalar o pacote de canções, a arte da capa, assinada por Silvio Sá, revela o ambiente afetivo que deu forma às inquietudes de corações juvenis: a aura serena de um “quintal de vó”, no caso, da escritora Dôra Limeira, uma das inspirações artísticas da família. Depois de cruzarem os muros dos quintais e chegarem até às ruas e casas de shows pessoenses, com o lançamento online de A Troça Harmônica, o grupo fecha um ciclo, entregando suas crias ao mundo, inserindo-se na aldeia global profetizada pela comunicação, mas sem perder o cheirinho da terra molhada do quintal da infância.

Wister – Wister nasceu em 1985 em João Pessoa sem nenhuma ligação direta com a música, surpreendeu e surpreende até hoje os irmãos, pais e amigos mais próximos ao figurar ao longo dos anos boas notícias sobre suas composições, parcerias e trabalhos bem aceitos pela crítica e pelo público. Desde os 11 anos de idade, o cantor e compositor mostrou uma empatia imensa com a música, cantarolava sem muito pudor canções de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Vital Farias, Alceu Valença entre outros tantos, também nesta época ele teve o primeiro contato com um instrumento musical, um pequeno teclado de apenas duas oitavas que “chiava estranho” com as pilhas fraquinhas e um xilofone multicor.

Em meados de 2005, em uma brincadeira de estúdio, Wister é pego de surpresa ao ter uma interpretação sua gravada pelos colegas de trabalho em um estúdio de gravação desativado que havia sido alvo de uma operação de remontagem, depois desta surpresa o cantor e compositor resolve se aventurar pelos caminhos da música de vez e dedicar-se mais ao canto.

Agora, Wister finaliza seu novo trabalho, “Eu Daqui”, que traz um novo tempero, novas influências e uma musicalidade filha das origens da música brasileira, cheio de suingue e referências a grandes compositores como Gilberto Gil, ídolo incontestável do cantor que ganhou uma homenagem com a canção Um Rei (música selecionada no Music From Paraíba 2014), além de um passeio pelos elementos do samba, do forró e da música africana. O músico já está com o show novinho em folha preparado para figurar nos palcos em 2015, levando ao público um misto de festa, romance e homenagens as suas origens.

APX – Em meados de 2015, os músicos, compositores, produtores e artistas paraibanos Alex Madureira, Paulinho Ditarso e Xisto Medeiros, na ânsia de criar e executar um repertório musical inteiramente autoral e baseado nos ritmos tipicamente paraibanos, formam o grupo “APX”. Criado a partir do laboratório de experimentações e pesquisas, o grupo, como o próprio nome já diz, traz um pouco da experiência, paixão e amor pela música de cada um dos seus componentes.

Com formação orgânica, acústica e eletrônica, a guitarra pulsante de Alex Madureira; os simples, o pandeiro e o violão de Paulinho Ditarso; e os contrabaixos acústico e elétrico de Xisto Medeiros, o “APX” propõem uma viagem ao desconhecido, uma experiência com o novo, onde a musica é soberana acima dos modismos e das tendências de mercado.

Totonho – Compositor, produtor e cantor. Totonho nasceu em 1964 na cidade de Monteiro, na Paraíba. Lá, foi vendedor de buchada de bode e assistiu a muitas cantorias de repentistas da região. Foi quando teve seu primeiro contato com a música. Com nove anos, Totonho montou a banda Os Renegados, que tocava com latas (guitarra de lata, bateria de lata e afins). “Foi ali que começou tudo e me tornei compositor”.

Em 1982 resolveu que queria mesmo seguir a carreira de músico. Foi para João Pessoa, onde fundou o Musiclube da Paraíba, uma cooperativa de compositores por onde passaram nomes como Chico César, Milton Dornellas, Jarbas Mariz e os irmãos Pedro Osmar e Paulo Ró, Adeildo Vieira, entre outros. Embora já com 15 anos de estrada, o primeiro registro fonográfico só saiu em 2001 pela Gravadora Trama. Em 2005 lançou o segundo álbum, “Sabotador de Satélite”, incluso ainda em duas coletâneas internacionais da Nova Música Brasileira selo Toten França, e o Coletivo Hip Hop do Mundo, selo África Mundi/U.S.A, produzida pelo americano Malvin Gibson.

Adeildo Vieira – Adeildo Vieira é cantor e compositor nascido na cidade de Itabaiana, na Paraíba. Iniciou sua trajetória musical em 1984, desenvolvendo projetos culturais de natureza coletiva no Musiclube da Paraíba, entidade de músicos e compositores paraibanos por onde passaram artistas como Pedro Osmar, Chico César, Milton Dornellas, Paulo Ró, Escurinho, entre outros.

Seu álbum mais recente, “África de Mim”, foi lançado em dezembro de 2015 com recursos do Fundo de Incentivo à Cultura do Governo do Estado da Paraíba. Este novo trabalho nasce com aspirações universais e desejo de mundo, pois representa nas canções nele contidas a experiência colhida em suas relações culturais com o continente africano, exaltando ainda a força da canção brasileira com raízes negras.

Adeildo Vieira se constitui hoje num dos nomes mais importantes da cena cultural da Paraíba, pois traz na sua postura a presença de artistas que fazem a dignidade das expressões culturais da sua terra que, aliás, transcendem os limites geográficos ou políticos que grosseiramente se impõem nas lógicas de mercado. Esse artista carrega a bandeira da universalidade que reconhece tanto as raízes como as antenas do seu povo.

Serviço

Projeto Cambada – 13 a 28 de janeiro

Quarta, 13/01 – Seu Pereira e Coletivo 401 Acústico – Local: Teatro Paulo Pontes

Quinta, 14/01 – A Troça Harmônica – Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira

Quarta, 20/10 – Wister – Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira

Quinta, 21/01 – Trio APX – Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira

Quarta, 27/01 – Totonho – Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira

Quinta, 28/01 – Adeildo Vieira – Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira

Ingressos: R$ 10 (inteiro) e R$ 5 (estudante)

DIÁRIOPB com Assessoria

Redação DiárioPB

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