COLUNASCRÔNICAS DO COTIDIANO

OS MOVIMENTOS POPULARES

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A voz popular é, sem sombra de dúvidas, o principal fundamento da democracia. É através das manifestações espontâneas, de forma organizada, que o povo busca conseguir o que quer, o que precisa e o que acredita. Os movimentos sociais têm a capacidade de intervir nas políticas públicas. Sejam quais forem as formas de mobilização. Passeatas, greves, assembleias, fóruns de debates, concentrações em logradouros públicos, são mecanismos de pressão de massa que contribuem para mudanças na cultura política e de transformação da sociedade.

A democratização das relações sociais passa necessariamente pela necessidade da distribuição igualitária dos bens e serviços de consumo coletivo, o que demanda mobilização consciente de resistência popular a medida em que se percebe a discriminação a que está sendo submetida a população. Pelo clamor das ruas se derruba a ganância de alguns no abuso de privilégios e de autoridade. É força que denuncia contextos vergonhosos numa sociedade. O autoritarismo que se nega a ouvir a voz do povo, se contrapondo ao exercício da cidadania, não se mostra capaz de conduzir processos inovadores.

Historicamente essas ações políticas coletivas nascem no enfrentamento a posturas de governos autoritários, oriundas da insensibilidade do Estado em relação às demandas populares. É a reação natural de inconformismo, de indignação e de protesto ao poder arbitrário e ditatorial. No Brasil esses movimentos se intensificaram na década de setenta, ao tempo em que vivíamos a ditadura militar, pautados em reivindicações por educação, moradia e pelo voto direto. Célebres as manifestações populares das “diretas já” em 1980 e do “fora Collor” protagonizado pelos “caras pintadas” que foram às ruas pedir o impeachement do presidente. O Estado em resposta, via de regra, utiliza todos os mecanismos repressivos de que dispõe para desmobilizar esses movimentos. Não deixa de ser uma posição desigual na correlação de forças: o poder e a militância nas ruas.

Esse confronto tem produzido vítimas e construído lideranças. São muitos os políticos, no mundo inteiro, que se consagraram no abraço das causas populares. Mas também são muitos os militantes que tombaram na luta, vítimas da repressão dos que detêm o poder. Ainda que estimulante o grito de guerra: “o povo unido jamais será vencido”, a verdade é que os efeitos práticos desses movimentos podem levar algum tempo para serem alcançados e exigem perseverança, coragem, destemor, entusiasmo e confiança na causa, para que se possa dar à luta condições de vitória.

O importante é que não se perca a consciência política de que só os movimentos populares podem fazer do povo protagonista do processo de mudança da sociedade. Afinal de contas “todo poder democrático emana do povo”. Está na nossa Constituição. O grito popular tem força redentora. É preciso ser levada a sério a famosa frase: “o povo unido, jamais será vencido”. Que não fique somente na retórica, mas que seja pautada em atitudes. A história universal é pródiga em exemplos.

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Rui Leitao

Rui Leitão nasceu em Patos e é radicado em João Pessoa. Jornalista, já foi responsável pela superintendência da Rádio Tabajara. Atualmente atua na Prefeitura da capital. Assinou colunas nos portais Paraibaonline de Campina Grande e Portalbip.

 

Redação DiárioPB

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