Esta semana, o mundo foi bouleverser, por um acontecimento bombástico: em voo que ia de Barcelona a Dusseldorf, o copiloto lançou, ao que tudo indica deliberadamente, uma aeronave contra o maciço dos Alpes franceses, matando a si mesmo e a mais 149 pessoas a bordo. Prato cheio para a imprensa sensacionalista, qual aves de agouro fica na espreita esperando o momento de emitir seu trinado agourento, ou ainda qual abutres que esperam cadáveres para se refestelar. Os brasileiros, que adoram os seus carrascos europeus, ficaram consternado com a morte de tantos arianos e ibéricos, dentre outros, todos de olhos azuis e cabelos dourados. Os Europeus ficaram estarrecidos! Pois, como pode um europeu se voltar contra seus próprios compatriotas levando-os à morte! Como se o que caracteriza o europeu não fosse o assassinato em massa, por vezes, o genocídio, de povos inocentes para o próprio enriquecimento. Foi assim que a Europa chegou ao nível de luxo e comodidade em que se encontra hoje. Tudo bem, matar índios e negros longe do território do antigo mundo, pode. Mas matar cidadãos europeus dentro do próprio território europeu, jamais. E lançam logo a pergunta tão inquietante quanto retórica: o que se passou na cabeça do rapaz que cometeu esse desatino? Calma! Isso é só a bilionésima parte de negros e indígenas trucidados por ibéricos e saxões no espaço que chamamos de América. O sangue de nossos antepassados clama por justiça ainda e sempre, mesmo depois de cinco séculos!
Adaptando a problemática à realidade tupiniquim, eu me pergunto retoricamente. O que se passa na cabeça de um homem público ou com acesso ao tesouro público que rouba milhões e, com esse ato criminoso, matar milhões de fome, de analfabetismo, sem acesso à saúde, crianças morrem antes mesmo de nascer, mulheres, em trabalho de parto, morrem à porta de hospitais, porque recusam de atendê-las, dizendo não ter vagas, etc e etc…? Mas a maioria desses homens públicos são tementes a Deus e, por conseguinte, contra o aborto (não estou dizendo aqui, que alguém tem que ser a favor, chamo apenas a atenção para o fato de que há, nesse comportamento esquizofrênico e interesseiro, uma monstruosa contradição).
Continuo perguntando: o que se passa na cabeça dos que estão no Congresso Nacional, que foram eleitos pelo povo, se dizem representar o povo, mas encurralam a presidenta com exigências interesseira, espúrias e mesquinhas, a ponto de não deixá-la agir, prejudicando o próprio povo?
O que se passa na cabeçada da presidenta, que em campanha prometeu melhorias, sobretudo para os menos favorecidos (em bom português, os lascados), e agora vem com um pacote de ajuste fiscal, para reabilitar a economia, que na verdade não reabilita nada, mas desfavorece aos já desfavorecidos (atinge exatamente e somente aos lascados)?
E pergunto ainda: o que se passa na cabeça do PT e de sua militância, que diante do avanço da direita raivosa, que objetiva destruir o país, forçando o retrocesso dos parcos avanços que a sociedade fez nos últimos doze anos, não sai à rua como nos bons tempos e mostra, a esta matilha de cães hidrófobos, que está viva e bem viva, e defende o partido? (ou será que a resposta para essa dúvida está na questão dos “bons tempos”… que se foram?…). O segredo do sucesso de um partido não são os acordos e acertos feitos nos bastidores, digo sob a mesa, mas a vitalidade de sua militância.
O que se passa na cabeça de uma pessoa, que vive num país, mais ou menos democrático, e vai às ruas, usa dos meios de comunicação, para exigir a volta da ditadura que anteontem trucidou em torturas vários membros dessa mesma classe que agora a quer de volta? Como diz o francês: c’est dengue! (é louco e bizarro).
Diz o livro do Gênesis, que Deus se arrependeu de ter criado a humanidade e quando se deu conta de tal coisa e do resultado, resolveu destruí-la. Agora, eu acho que ele deve estão arrancando os cabelos, vendo o resultado a que esta geração pós-diluviana chegou, e só não já mandou destruí-la, como fez com a primeira, porque no ritmo que vão as coisas, essa própria gente desarrazoada é quem vai se autodestruir, destruindo o mundo.
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