GERAL

O Brasileiro. Este espécime raro!

banco d brasilÀs vezes odeio o brasileiro. Ele parece que vive como diz um trecho do hino ufanista encomendado pelo lúbrico e degenerado Pedro I: “Deitado eternamente em berço esplêndido”. “Deitado” sim, porque nunca toma atitudes; “eternamente” sim, porque são mais de cinco séculos de inação; ainda “em berço” sim, porque até hoje é imaturo, incapaz de soerguer-se com altivez e firmeza para exigir de quem está diante dele os seus direitos. Só não coincide o “esplêndido”, porque o Brasil só poderia ser esplendoroso na corrupção e na desorganização: se esses dois vícios comportassem esplendor.

Mas, parece que é um destino fatídico, quando toma uma atitude, via de regra, é equivocada, porque imatura, mal pensada, mal planejada.

Hoje, fui a uma agência do Banco do Brasil. Entrei na fila como de costume. Na hora de aferi meu saldo e subtrair algumas moedas. Vi que em um caixa só havia cédulas de R$ 20,00, noutro de R$ 10,00. Volto para fila e cedo a vez. Quando outros dois caixas ficaram livres vou conferir e repete-se o que vira nos dois anteriores e os dois primeiros já estavam completamente desabastecidom. Indignado fui procurar o gerente geral para lembrá-lo que o mínimo de sua função não estava sendo desempenhado. Lá chegando, ele estava atendendo dois camumbembe classe média. Esperei uns dez minutos e como a negociata estendia-se entre conversa monossilábica, caretas e outras expressões, sem faltar ligações telefônicas, pedir licença e comuniquei o fato. Ele me garantiu que ia reabastecer, voltei para o primeiro lugar da fila e fui retirar o mínimo possível, pois não tinha mais paciência para permanece naquele antro de fascistas plutocratas idólatras. Quando me encaminho para o caixa, sem ir para o fim da fila, um gravíssimo senhor disse que a vez não era minha. Eu olhei para ele, e simplesmente disse que todos os caixas estavam sem dinheiro ou quase, e eu fora o único que tive a iniciativa de ir até o gerente alertá-lo do problema, em benefício de todos que ali estavam e que não tiveram a coragem de irem interpelar o executivo bancário. Ele calou-se, todos me olharam e a mulher que seria a primeira da fila, não fosse eu retornar, disse que eu podia utilizá-lo.

Saquei o mínimo possível. E voltei ao gerente. Ele lá continuava com seus dois pseudoargentários. Quando me viu, rapidamente levantou-se e foi dar ordem para reabastecer os caixas, ao retornar me disse que acabara de fazê-lo. Eu agradeci ao prevaricador e fui embora. Deixando os caixas ainda vazios, mas na iminência de serem abastecidos para os imbecis inativos, incapazes de irem a quem de direito para resolverem o problema que era um direito deles. Mas não foram. E não se tratava de analfabetos, não; era gente que sabe ler e que se afeta classe média. Désormais, só exigirei o cumprimento do que me beneficie: cada um lute por si. No Brasil, é chic ser imbecil, exigir os direitos soa, para muitos alienados, como falta de educação.

Pergunto: o quê tem o brasileiro que só sabe beber cachaça, falar da vida alheia, corromper, ser submisso com que julga superior, ser arrogante com quem julga inferior e fazer vilanias por aí? Porque é incapaz de “ir pra cima” com equilíbrio, calma, firmeza e insistência de quem tem por obrigação resolver seus problemas? Ao invés de beber cachaça pelas tascas, deveria se informar dos direitos que tem e buscar os canais para pressionar a quem de direito para resolver os problemas.

Se a fila de um banco não anda, se os caixas estão desabastecidos, se a fila do supermercado está enorme, porque não se abrem caixas suficientes, formem um grupo e vão em cima do gerente que rapidinho ele resolve o problema. Não há executivo que resista a uma boa pressão grupal; especialmente no tempo em que vivemos de rádio e televisão, de internet e concorrência comercial. Em que um estabelecimento pode ser prejudicado financeiramente em três tempos.

Mas parece que o brasileiro gosta de sofrer, e sofre mais porque quer.

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Redação DiárioPB

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