CRÔNICAS DO COTIDIANO

Nova política?!!!

Tenho dificuldades em compreender o que seja a “nova política” que tanto apregoam. Mais incompreensível fica ainda quando vemos que a “nova política” está sendo defendida por “velhos políticos”. Não consigo ver nenhuma novidade nas atitudes e ideias. Pelo contrário, o que se observa é uma postura pautada no atraso e em conceitos retrógrados.

Pelo discurso seria a eliminação da prática de troca de favores, do clientelismo. Não é isso que estamos assistindo. As negociações contemplam partidos da base e interesses segmentados das bancadas “do agronegócio”, dos militares, da “bala”, dos evangélicos, etc. A moeda de barganha continua sendo instrumento de concessões governamentais, sem obediência aos princípios da ética e da moralidade, como poderia se esperar de algo que pudéssemos chamar de “nova política”.

Lobos vestidos de cordeiros tentando enganar os incautos. As intenções propagadas escondendo objetivos escusos. O desejo de fundar um novo paradigma em cima de ilusões. Delírios de reconstrução imediata da sociedade, baseados em propostas vazias de conteúdo e de praticidade. Mais do que por discurso, uma “nova política” se manifesta através de posicionamentos honestos e racionais. Lamentavelmente não é isso que está sendo executado.

Os conchavos, o jogo de interesses,  o estelionato eleitoral, continuam apresentando-se como marcas de comportamento político. Então o “novo” não oferece nada do que possamos enxergar como diferença de procedimentos da “velha política” que conhecemos. Não se pode aceitar uma “nova política” que restringe o sadio combate no campo das ideias. Isso é próprio de ditaduras e regimes onde o autoritarismo se impõe. Jamais podem ser classificados como “nova política”.

Melhor chamar de “política da acomodação”, onde todos devem rezar na mesma cartilha, sem direito a questionamentos ou divergências. O que esperar de uma retórica sem metas, projetos, planejamento estratégico? O improviso, o ranço ideológico, a homenagem a ditaduras, o estímulo à conflagração nacional, as bravatas, podem ser chamados de “nova política”? Creio que não. Não interessa à nação se viveremos sob a direção de uma “nova ou velha política”. O importante é que tenhamos um governo que se posicione acima de inclinações ideológicas, desvinculado de amarras partidárias, imune às influências de vaidades exacerbadas, comprometido com a competência e eficiência dos seus atos.

Rui Leitão

Redação DiárioPB

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