Ney Matogrosso é consagrado no Theatro Municipal do Rio

Ney MatogrossoComeçou com “Melodia sentimental”, de Heitor Villa-Lobos e Dora Vasconcellos, e terminou com “Pro dia nascer feliz”, de Cazuza e Roberto Frejat. Entre uma e outra canção, uma hora e quarenta e cinco minutos se passou. Durante esse tempo, recortes musicais e visuais contaram a trajetória de Ney Matogrosso, o grande homenageado da 28ª edição do Prêmio da Música Brasileira, realizado na noite desta quarta-feira (19), no Theatro Municipal.

Entre as premiações, artistas que, de uma forma ou de outra, participaram da carreira de Ney ou foram influenciados por ele, subiram ao palco do Municipal para homenageá-lo. Ivete Sangalo iniciou as apresentações com uma nova versão de “Sangue latino”, de João Ricardo e Paulo Mendonça – um dos maiores sucessos dos Secos & Molhados, banda de importância fundamental na Música Popular Brasileira, na qual Ney era o vocalista.

Logo em seguida, foi a vez de Alice Caymmi e Laila Garin apresentarem “Bomba H”. Criação de Itamar Assumpção e Alzira Espíndola, compositores recorrentes na discografia de Ney Matogrosso. A canção, menos conhecida do grande público, foi gravada pela primeira vez em 1999.

O público já estava animado com a apresentação das cantoras – que encerraram a participação com um beijo – quando Chico Buarque surgiu no palco para defender uma versão intimista de “As vitrines”.

Composição do próprio Buarque, a canção foi interpretada por Ney há pouco mais de dois anos no documentário “Chico: artista brasileiro”, de Miguel Faria Jr. Após terminar a apresentação, Chico saiu do palco de forma discreta, aplaudido com entuasiasmo pela plateia.

Apresentados outros vencedores do prêmio, foi a vez de Pedro Luís interpretar, com o auxílio do violão, “O mundo” – hino em defesa das diferenças e igualdades universais escrito por André Abujamra, relembrando dueto original feito com Ney no álbum “Vagabundo”, de 2004, quando Pedro Luís ainda estava à frente da banda A Parede.

Carol Conka injetou rap no forró “Homem com H” – composição nascida das mãos de Antônio Barros e gravada por Ney em 1981, a canção se transformou em um dos maiores sucessos populares da carreira do cantor. À época do lançamento, no entanto, foi recebida de maneira um tanto atravessada pelos militares que ainda estavam no poder.

Lenine fez versão contida de “Bicho de sete cabeças II”, tema do filme “Bicho de sete cabeças”, de Laís Bodanzky, e composta por Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Renato Rocha. A canção faz parte do álbum “Beijo bandido”, lançado por Ney em 2009.

Pouco depois, a banda BaianaSystem – um dos principais vencedores desta edição da premiação – entregou uma versão pulsante de “Inclassificáveis”, canção de Arnaldo Batista e interpretada por Ney no álbum homônimo de 2008. Com a utilização intensa de guitarras, baixo, bateria e percussão, foi, de longe, a apresentação mais enérgica e pesada da noite.

No fim, o homenageado retornou ao palco e emendou “Bamboleô”, de André Filho, “Rosa de Hiroshima” – poema de Vinícius de Moraes musicado por Gerson Conrad ainda nos tempos do Secos & Molhados – a obra-prima dos Mutantes, “Balada do Louco”, de Arnaldo Baptista, e a citada “Pro dia nascer feliz”, que fez o público do Municipal se levantar das cadeiras e começar a dançar.

“Eu sempre tive dificuldades para receber homenagens, mas acho que agora já superei isso”, admitiu Ney com um sorriso, ainda no palco. “Muito, muito obrigado”, finalizou pouco antes da meia-noite, quando o dia estava prestes a nascer. Feliz.

G1

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Redação DiárioPB

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