SAÚDE

MS oferece atualização em doença falciforme

Terapeutas ocupacionais, nutricionistas, sanitaristas, pedagogos, enfermeiros, assistentes sociais, biomédicos, psicólogos, cirurgiões-dentistas, farmacêuticos, fonoaudiólogos, profissionais de educação física e… médicos. São essas algumas das categorias profissionais que participarão da primeira Atualização em Doença Falciforme, oferecida pelo Ministério da Saúde (MS) nos próximos dias 16 e 17 de agosto.

A iniciativa é, na prática, a retomada de um investimento mais sistemático que o Governo Brasileiro decide reativar depois de mais de seis anos em que ocorreu um abandono nos esforços de capacitação continuada para enfrentar a doença hereditária mais importante do país.

“Estamos muito animados com o volume de inscritos que já passa de 300 médicos e mais de 1000 profissionais das demais áreas”, diz Miranete Arruda, médica sanitarista que responde pela área técnica do MS responsável pelo Programa Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme. Os organizadores informam que o público-alvo do evento será de profissionais que atuam nas regiões Norte e Nordeste do país.

Para essa atualização foram escalados dois dos mais respeitados especialistas sobre esse tipo de hemoglobinopatia: Paulo Ivo Araújo, médico hematologista, vinculado à UFRJ, especialista em Hematopediatria, consultor em Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados do MS. E a médica hematologista Clarisse Lobo, responsável pela Câmara Técnica em Doença Falciforme, um colegiado recém-criado pelo Ministério formado por especialistas.

No primeiro dia da capacitação, só para médicos inscritos, eles vão apresentar novidades no tratamento, o futuro da atenção em Saúde Pública para pessoas com anemia falciforme, os desafios a serem superados e outros temas paralelos. Araújo, por exemplo, vai abordar o impacto do racismo institucional que atrapalha os portadores da doença desde a tenra infância. Falará da importância das estratégias para profilaxias na fase infantil, a preparação dos pais para cuidarem de seus filhos até que cheguem à fase adulta. Dos detalhes do autocuidado que os pacientes precisam ter consigo mesmos. Da importância do engajamento dos gestores da Saúde.

Dra. Clarisse, por sua vez, com uma larga experiência de gestão no HEMORIO, falará também de sua atuação clínica. Vai abordar sobre novos medicamentos e tratamentos inovadores que surgiram no mundo nos últimos anos. Tirar dúvidas sobre o transplante de medula óssea, entre outros temas. No dia seguinte eles repetirão suas aulas, só que desta vez para uma plateia não-médica.

DADOS

Os dados mais atualizados sobre esse mal, que atinge mais fortemente a população negra, mostram que no Brasil, para cada 2.105 nascidos vivos, triados pelo Teste do Pezinho, 01 tem a doença falciforme. Em relação ao traço falciforme, que é a herança genética que “transmite” a doença, para cada 1.000 nascidos vivos triados, 25 trazem essa carga genética.

Estudiosos desse grave problema de saúde destacam os diversos impactos dos processos socioeconômicos, culturais, eco-ambientais e biológicos, psicológicos e suas indesejáveis influências no processo saúde-doença e na interface cuidado-morte. Para Joice Aragão, atual coordenadora-geral de Sangue e Hemoderivados do MS, diminuir esses impactos continua sendo um “imenso desafio humanitário”, ao reafirmar que a anemia falciforme é a principal doença genética hereditária do mundo que se manifesta, principalmente, nas populações afrodescendentes. No Brasil, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Maranhão são os Estados com população de maior prevalência.

“Cuidar dos brasileiros e brasileiras com falciforme é, também, um compromisso do Estado Brasileiro em providenciar, permanentemente, políticas públicas de reparação para sua população afrobrasileira”, garante Aragão.

“Aqui estamos para reconstruir as políticas públicas de Saúde nessa área. Reconstruir, nesse caso, significa aprimorar o trabalho que iniciamos em 2005 e que colocou na pauta do MS uma política pública de atenção integral às pessoas com anemia falciforme”, afirma a médica pediatra.

O treinamento, totalmente gratuito e on-line, recebe o apoio da Federação de Associações de Pessoas com Doença Falciforme (FENAFAL). Para mais detalhes e inscrições, acesse esse link: https://forms.gle/KmDXK1LpytSnpWvGA

Redação: Dalmo Oliveira
Registro profissional: MTE/PB nº 0859
Telefone/ZAP/Telegram: (83) 98207.4700

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Redação DiárioPB

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