Micale fala em volta por cima da seleção: ‘Nosso futebol não está morto’
O técnico da seleção olímpica Rogério Micale admitiu neste sábado que o futebol brasileiro pode começar a escrever uma nova página a partir da conquista da medalha de ouro dos Jogos do Rio de Janeiro, com vitória nos pênaltis sobre a Alemanha por 5 a 4, no Maracanã.
“Nosso futebol não está morto. Acredito muito na capacidade dos nossos jogadores. Temos muito o que oferecer para o futebol mundial”, disse o treinador em entrevista coletiva concedida logo após a decisão do torneio masculino. De acordo com o treinador, havia um peso grande pela conquista, e todos os integrantes da comissão técnica e jogadores sabiam disso, especialmente depois do fracasso na Copa do Mundo, com goleada sofrida para a Alemanha por 7 a 1, nas semifinais.
“É uma conquista que nós almejávamos há muito tempo. É uma responsabilidade que toda a equipe olímpica carrega, por ser o esporte número 1 do país. Foi uma fase que passou, então agora vamos ter mais tranquilidade no futuro”, avaliou.
Micale lembrou que o fatídico jogo no Mineirão gerou muita discussão no Brasil, mas que hoje o objetivo era deixar toda a história que envolvia a derrota para trás, já que se tratava do mesmo adversário, embora com jogadores diferentes dos dois lados.
“Enfrentaríamos um time muito forte, de um país com excelência em fazer futebol, mas sentíamos que precisávamos dar uma resposta, dizer que poderíamos fazer algo diferente, de competência dentro de campo. Acho que conseguimos dar uma boa resposta”, disse o comandante da seleção olímpica.
O baiano, que só foi confirmado como técnico nos Jogos depois da demissão de Dunga, já que Tite optou por mantê-lo trabalhando com o grupo que montou desde maio do ano passado, usou a passagem bíblica de Davi contra Golias, se pondo na posição do homem que derrotou um gigante.
“Me sinto realizado de ter podido dirigir essa equipe, mostrar meu trabalho. Era o menos conhecido da seleção, vocês me conheciam pouco, mas sou um cara que teve a oportunidade de mostrar no que acredita. Me sinto um privilegiado”, afirmou. Micale, que explicou não ter ideia sobre o futuro profissional, se permanecerá na CBF ou trabalhará em algum clube, admitiu que torce para Tite aproveitar atletas do grupo olímpico na principal já a partir da convocação desta segunda-feira, para duelos com Equador e Colômbia, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo.
“Eu acho que a gente tem uma geração muito boa. Acho que, com esse amadurecimento tático, a gente tem muita chance de ter sucesso no futuro. Foi uma semente”, ponderou o técnico. Na entrevista coletiva, Micale ainda se emocionou ao agradecer a família pelo apoio e confessou que “perdeu” a comemoração do aniversário de 25 anos de casamento com a mulher, Silvana, na última segunda-feira. “Falei que as bodas de prata seriam de ouro”, revelou o treinador.
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