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Mais de um milhão de muçulmanos já chegaram a Meca para Hajj deste ano

MecaMais de um milhão de muçulmanos já chegaram a Meca, na Arábia Saudia, e se preparam para o começo da peregrinação anual Hajj, que terá início no próximo sábado (10), informa a agência France Presse.

O Hajj, que significa “peregrinação” em árabe e consiste em um ritual histórico de desapego, arrependimento e reflexão, é um dos cinco pilares da religião islâmica – junto com o testemunho, a reza, a esmola e o ramadã. Todos os anos, milhões de muçulmanos de diversos países vão à região.

Imagens da France Presse mostram um grande número de peregrinos dando a voltas nesta terça-feira (6) ao redor da Caaba, pedra sagrada que fica na mesquita de Al Masjid Al-Haram. O primeiro passo da peregrinação é dar sete voltas nesta pedra. Depois, os peregrinos rezam atrás da rocha que fica à frente da Caaba e devem percorrer a distância entre os montes Al Safa e Al Marua sete vezes. Ao final, o peregrino deve raspar ou cortar o cabelo e remover a veste branca que representa o desapego a valores e bens.

Então, a peregrinação muçulmana passa pelas cidades de Meca, Mina, Arafat e Muzdalifah. O Hajj é uma obrigação para todo o muçulmano que tem condições financeiras e físicas de empreender a viagem.

Acidentes
A reunião de multidões em Meca já causou muitos acidentes. No ano passado, 2.300 pessoas morreram, de acordo com o balanço mais atual, após uma grande confusão durante o Hajj. O tumulto ocorreu em uma rua da cidade de Mina, onde os peregrinos permanecem hospedados por vários dias durante o clímax do Hajj e que está situada a poucos quilômetros de Meca. A tragédia teria sido causada pelo grande número de pessoas aglomeradas no local.

Além disso, quase duas semanas antes do início da peregrinação à Meca, uma grua desabou na Grande Mesquita e matou mais de 100 pessoas.

Iranianos de fora
Neste ano, os iranianos não irão participar do Hajj. A decisão foi tomada após a confusão do ano passado que deixou 464 iranianos mortos. Na ocasião, 60 mil peregrinos iranianos compareceram ao evento.

Os dois países não conseguiram chegar a um acordo para o envio de peregrinos iranianos à Meca. Teerã acusa Riad de impor “obstáculos”. O ministério saudita do Hajj indicou, por sua vez, que o lado iraniano era o culpado. As duas grandes potências, o Irã xiita e a Arábia Saudita sunita, são rivais regionais que tentam ampliar sua influência no Oriente Médio.

Arábia Saudita rompeu relações com o Irã após o ataque de sua embaixada em Teerã em janeiro por manifestantes que protestavam contra a execução do xeque Nimr, uma figura da oposição xiita contrária ao regime saudita sunita. Riad também rompeu as relações comerciais e os voos para o Irã.

História
A história do Hajj remonta aos fundamentos do islamismo. Segundo a religião, Deus ordenou que Abraão – considerado pai de todos os profetas – reerguesse, junto com seu filho Ismael, os pilares da Caaba (meteorito, que fica em Meca, considerado sagrado pelos muçulmanos) e fizesse o chamamento para que o povo viesse peregrinar.

Contam os muçulmanos que Abraão viu no sonho que estava sacrificando seu filho e levou Ismael para a morte. No caminho, foi tentado três vezes por Satanás e apedrejou-o com sete pedras. No momento do sacrifício, a faca não cortou. Deus, então, enviou o anjo Gabriel para dizer a Abraão que ele havia concluído sua prova e sido sincero. Cordeiros foram sacrificados no lugar de Ismael.

A peregrinação implica seguir os passos do profeta. Os muçulmanos caminham pelos mesmos locais da história, atiram pedras em paredes e sacrificam um animal, distribuindo a carne aos pobres.

G1

Redação DiárioPB

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