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Lula lança plano para tirar novamente o Brasil do Mapa da Fome: ‘tenho essa obsessão’

Em evento de lançamento do plano Brasil Sem Fome no Piauí, Lula questionou o porquê de o Brasil ser tão rico, mas ter milhões de pessoas passando por insegurança alimentar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve nesta quinta-feira (31) no Piauí para o lançamento do plano Brasil Sem Fome. O evento foi marcado pelo discurso que ressaltou seu compromisso com o combate à fome no País.

Inicialmente, Lula agradeceu aos votos que ele e candidatos do PT receberam historicamente no estado e pediu ao Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) que faça uma publicidade que informe sobre o programa, o que é crucial para seu sucesso.

“A questão da fome é algo que mexe muito comigo,” disse Lula, relembrando os tempos de dificuldade financeira que viveu. “Ela não dói para fora, dói para dentro. Todo mundo sabe o sofrimento de uma mãe colocar uma criança para dormir sabendo que a criança está com fome e não terá o que comer quando acordar.”

Brasil: terra rica e gente pobre – O presidente foi enfático ao afirmar que o Brasil, sendo um país rico com vasta extensão de terras férteis e avançado conhecimento científico, não deveria ter fome. “Somos o terceiro produtor de grãos do mundo, o maior de proteína animal. Qual a explicação? O problema não é falta de comida, e sim que o povo não tem dinheiro para ter acesso à comida.”

Para Lula, apenas garantindo emprego, salário e sustento às famílias brasileiras será possível acabar de verdade com a fome. “É esse país que temos que construir,” frisou. Ele também fez questão de dizer que o Bolsa Família não é uma solução definitiva, mas sim “uma medida de urgência para atender os mais necessitados até arrumarmos definitivamente a casa.”

Obsessão por Justiça Social – “Tenho uma obsessão de lutar contra a fome,” disse o presidente. “Fazer a economia crescer, gerar emprego de qualidade, é isso que quero. A pessoa tem que comer até dizer que não quer mais, todo santo dia. Porque aí as pessoas não vão ficar doentes, vão viver dignamente.”

Lula então relembrou suas experiências pessoais, incluindo um episódio de infância em que uma jumenta tentou “comê-lo” quando ele estava indo buscar água de um açude. Ele também condenou a violência contra a mulher e enfatizou a necessidade de tratar as mulheres com respeito. Ao falar sobre o Nordeste, Lula disse que, apesar de respeitar todos os estados, tem um carinho especial pelo povo nordestino, “porque foi um povo maltratado.

E não deixou de fazer elogios ao ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, a quem chamou de “índio muito esperto”, e ao atual governador Rafael Fonteles, dizendo que ele “é importante porque pensa, sabe o sofrimento. Não foi eleito por conta dos riscos, e sim pelo povo trabalhador e mais humilde.”

O presidente finalizou com um apelo para o futuro: “O último governo gostava era de arma, eu quero que o povo compre comida e livros. A palavra correta não é governar, e sim cuidar do pov

Brasil Sem Fome – Tirar o Brasil do Mapa da Fome. Essa é a meta, prevista para ser alcançada até 2030, do Plano Brasil Sem Fome. Ele busca reduzir a menos de 5% o percentual de domicílios em insegurança alimentar grave.

Para alcançar esses objetivos, todo o governo estará envolvido em ações que promoverão o aumento da renda para a compra de alimentos, a inclusão em políticas de proteção social, a ampliação da produção e do acesso a alimentos saudáveis e sustentáveis. Além disso, o plano prevê a mobilização da sociedade civil, dos entes federativos e dos poderes Legislativo e Judiciário para a erradicação da fome no Brasil.

Um estudo feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura (FAO) mostrou que 15 milhões de brasileiros(as) estão passando fome. Por outro lado, uma pesquisa da Rede Penssan estimou que 33 milhões encontram-se em situação de insegurança alimentar no país, enquanto a FGV Social alegou que seriam 77 milhões.

O Brasil havia saído do Mapa da Fome da ONU em 2014, por meio de estratégias de segurança alimentar e nutricional aplicadas desde meados da década de 1990 e especialmente durante os governos petistas. Mas voltou a figurar no cenário a partir de 2015.

DiarioPB com Brasil

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Redação DiárioPB

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