Líder chavista comemora renúncia de Kuczynski e manda “recado” a Temer
Um dos principais nomes do chavismo e primeiro vice-presidente do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, comemorou nesta quarta-feira a renúncia do presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, e aproveitou para provocar outros governantes, como o presidente Michel Temer.
“Tchau PPK, nos vemos em Lima. Foguetes para recordar ao mundo que, se você se mete com a Venezuela, você se dá mal. Ai PPK, ai (presidente colombiano, Juan Manuel) Santos, ai Temer, ai (presidente mexicano Enrique) Peña Nieto, ai (presidente dos Estados Unidos, Donald) Trump!”, disse Cabello enquanto se escutavam fogos de artifício ao fundo.
“Que viva a revolução bolivariana!”, acrescentou o dirigente chavista em seu programa transmitido pela emissora estatal “VTV”.
Cabello, que abriu seu programa comentando a renúncia de Kuczynski, indicou que agora quem não vai à Cúpula das Américas é “o senhor PPK”, em referência ao fato de que o governo peruano tinha retirado o convite ao presidente Nicolás Maduro para que participasse desta reunião de chefes de Estado.
Nesse sentido, propôs realizar a cúpula na Venezuela, se não houver onde realizar a reunião, embora tenha reconhecido que não tem autoridade para tomar esse tipo de decisão.
“Nós não temos problemas”, declarou, acrescentando que Kuczynski deveria “ser preso” junto “aos que roubaram” com ele, ” como (o ex-presidente Alejandro) Toledo que está fugindo”.
“Eu imagino agora Kuczynski enviando uma mensagem de Whatsapp a Donald Trump e recebendo como resposta: ‘O senhor não aparece na minha lista de contatos'”, ironizou Cabello, que disse ainda que o presidente peruano renunciou “para evitar a Justiça”.
Kuczynski renunciou ao seu cargo por causa das denúncias do partido fujimorista Força Popular sobre uma suposta compra de votos de legisladores para evitar sua destituição por supostos laços com a construtora brasileira Odebrecht.
Em mensagem à Nação, Kuczynski anunciou sua renúncia, 20 meses depois de assumir o governo, devido ao “clima de ingovernabilidade”.
EFE