Encontro nacional de músicos acontece em João Pessoa nesta quarta, 21

Encontro nacional de músicosNesta quarta-feira, 21 de outubro, a Federação Nacional dos Músicos – FENAMUSI realizará seu encontro anual aqui em João Pessoa.  O Encontro traz o seminário MÚSICA E TRABALHO, quando pretende discutir com a categoria de músicos questões de gênero na profissão,  organização de classe, saúde do músico e direito autoral. A questão de gênero terá como debatedora a cantora paraibana Kalyne Lima, do grupo de rap AFRONORDESTINAS.
Todas as atividades serão abertas ao público.
O evento será realizado no SESC CABO BRANCO e é fruto de parceria Da Fenamusi com o SINDIMUSI/PB, que é o sindicato dos músicos da Paraíba.

Este evento conta com a participação da presidente do Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro, Deborah Cheyne, e com diretores do SINDIMUSI/PB, legítimos representantes da categoria em nosso estado.

O setor musical é um componente-chave da economia do Brasil, bem como um embaixador fantástico da cultura brasileira em todo o mundo. A música brasileira é, sem dúvida, um dos pilares da nossa identidade. Sua diversidade revela a riqueza de um grande país, criador por excelência, aglutinador, receptor e transformador de culturas e influências, autônomo na sua criatividade e dono de uma marca musical registrada. Acreditamos que é chegado o momento para os músicos brasileiros, que contribuem imensamente para a vida e a identidade do país, se fazerem representar por uma entidade sindical nacional.

Ao longo dos últimos seis anos, o SINDMUSI/RJ e suas organizações irmãs de outros estados brasileiros têm trabalhado intensamente por uma representação de todos os músicos profissionais em âmbito nacional.

Este ano, nosso encontro anual será realizado em João Pessoa, ponto central do Nordeste, região que, além de contar com o maior percentual de representantes na FENAMUSI, é emblemática para a música brasileira. São muitos os motivos que nos levam a escolher João Pessoa como anfitriã desse encontro, todos relevantes, mas sem dúvida a musicalidade é o mais importante deles. A Paraíba é referência de música e músicos de qualidade e credencial lapidada da nossa brasilidade, terra de grandes músicos como Jackson do Pandeiro, Sivuca, Geraldo Vandré, entre tantos outros de igual grandeza. Além disso, este ano o estado está celebrando os 60 anos da Universidade Federal da Paraíba, da qual faz parte a Orquestra Sinfônica da UFPB, que reúne grandes músicos e renomados mestres, formadores há gerações de instrumentistas que ocupam assentos nas mais diversas orquestras profissionais do país e do mundo.

Aproveitando o encontro de dirigentes e representantes dos trabalhadores da música de diferentes partes do país, nada mais oportuno que compartilhar o conhecimento e a experiência de outras regiões com os músicos locais.

Neste sentido, realizaremos no dia 21 de outubro, o Seminário Música e Trabalho, com palestras sobre a legislação específica do músico, direitos autorais, saúde do músico e a participação da mulher na música.

A intenção do seminário não é apenas trazer informações inerentes à atividade musical, mas travar debates em torno de questões cruciais no dia a dia do trabalhador da música.

É notória a condição precária do trabalho do músico, a informalidade reina e um músico é capaz de percorrer uma longa carreira à margem de seus direitos. O músico, apesar de em geral desconhecer, tem uma legislação própria que garante direitos comumente negligenciados pelos contratantes. A lei que regulamenta a profissão do músico vem de 1960, elaborada por ninguém menos que o grande maestro e compositor, José Siqueira, paraibano de boa cepa que entre tantos legados, deu ao músico a dignidade do reconhecimento da profissão.

Nada mais apropriado que lembrarmos e celebrarmos o nome deste grande mestre, em sua terra natal, para resgatarmos o respeito e a dignidade do músico a partir de um evento que brinda a categoria com um leque diversificado de informações.

A legislação em si, necessita de oxigenação, é certo, mas ninguém melhor para definir os novos caminhos que o próprio músico. Precisamos nos fazer ouvir no parlamento, em coro, uníssono e empostado para combatermos propostas de legisladores que retiram direitos adquiridos, desdenhando do longo processo de formação do profissional da música, baseados em argumentações, tais como “não há qualquer risco de dano social na música”.

A legislação dos direitos autorais deve acompanhar a mutação dos modelos de consumo. O ambiente digital, traz numa velocidade alucinante mudanças que a legislação não pôde alcançar. No entanto, a indústria, rápida e voraz se impõe e lucra. E os criadores? Os executantes? Os intérpretes?

Hoje existe um número significativo de profissionais da saúde que se especializam no cuidado do músico. Nossa atividade é geradora de muito prazer, para o músico e o público, mas sabemos também que pode ser bastante dolorosa. As doenças que afligem os músicos são variadas, causadas por diversas razões, lesões por excesso de estudo, perda auditiva por exposição a ruído, distúrbios psicológicos por pressões internas e externas, enfim, uma variedade de sintomas e causas, que quando não observados de maneira específica, geram grande desconforto e frustração. O profissional especializado é capaz de observar as condições típicas da nossa atividade e fazer um acompanhamento terapêutico compatível com o nosso trabalho, pois conhece as especificidades mecânicas do instrumentista, cantor, enfim, dos músicos em plena atividade.

Gênero é um tema que procuramos encampar em todas as nossas atividades. Equidade de gênero é um desafio para a sociedade, devemos assumir que a desproporcionalidade das oportunidades não conjuga com os dias de hoje. E na música, há preconceito? Esta foi a questão que levantamos no nosso primeiro seminário “A mulher na música” e ao longo dos anos (realizaremos a sétima edição em novembro de 2015), percebemos mais e mais que a discriminação é recorrente no meio musical. A mulher sofre na sua carreira, dificuldades que limitam a sua participação no mercado de trabalho, notadamente ocupado na sua esmagadora maioria por homens. Enquanto não houver um debate profundo, constante e construtivo, as oportunidades e direitos serão desequilibrados. Sem falar do sexismo exacerbado que infesta os repertórios por aí.

Exibindo Programação Seminário Música e Trabalho 2015 (1).jpg

Assessoria

Redação DiárioPB

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