Educação, cidadania e direitos humanos

Congresso de Educação em Direitos HumanosA UFPB promoveu nos dias 16 e 17 de outubro o II Congresso de Educação em Direitos Humanos. O evento será realizado pela Coordenação Multicampi, Gabinete da Reitoria da UFPB e pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Direitos Humanos (CNPq, UFPB). Em sua segunda edição, tem como tema “Experiências Históricas, Pedagógicas e Formativas em Direitos Humanos”.

Uma das primeiras discussões será “Direitos indígenas, povos ciganos e comunidades tradicionais”. Essas populações têm sido impactadas historicamente pela negação de seus direitos, especialmente por parte do Estado. Na Paraíba, por exemplo, ainda há muito que se reparar o vilipêndio cometido contra a gente da Nação Tabajara, uma população que permanece, praticamente, sem o direito de aldeia e que sofre fortemente pela falta de reconhecimento de seus remanescentes. Recentemente, inclusive, a Federação de Agricultura do Estado da Paraíba (FAEPA) encomendou um estudo em que o antropólogo contratado chegou à brilhante conclusão que não há índios Tabajara na Paraíba. Imaginem…

Os povos ciganos são outro segmento étnico cuja invisibilidade social é gritante. Mesmo sendo a Paraíba o estado brasileiro onde se registra a maior concentração de “ranchos”, especialmente na região metropolitana de Sousa, no Alto Sertão, e em Condado. A etnia Calon, hegemônica, por essas bandas sofre horrores pela discriminação dos não-ciganos.

Outras comunidades tradicionais, como os povos de Terreiros (afrodescendentes), quilombolas, pescadores e marisqueiras e outras comunidades que vivem do extrativismo passam por problemas sociais semelhantes.

Seis grupos de trabalho discutirão temáticas diferenciadas durante o congresso: “Encarceramento e Educação prisional”, “Políticas de Educação, Educação Jurídica e Educação em Direitos Humanos”, “História, Educação e Direitos Humanos”, “História, Direitos Sociais, Políticas Públicas e Resistência Democrática”, “Inclusão, Diversidades, Aprendizagem e Direitos Humanos” e “Estudos Culturais, Gênero, Educação e Direitos Humanos”.

No dia 17, pela manhã. No auditório da Reitoria, vai haver uma discussão importante sobre “11 anos da Lei Maria da Penha”. No mesmo dia, dois debates chamam atenção: “Socioeducação e Educação Prisional” e “Reforma do Ensino Médio e Escola Sem Partido”. O congresso parece ser uma oportunidade ímpar para a discussão pública de temas muito atuais. Felizmente, a universidade ainda possui liberdade e autonomia para oferecer à sociedade a possibilidade de refletir sobre suas mazelas cotidianas.

O congresso será palco ainda para a entrega do título Honoris Causa para Dermeval Saviani, desenvolvedor do conceito de “Pedagogia Histórico-Crítica”, em que identifica possíveis causas das marginalidades, das relações entre escola-sociedade e sobre o papel dos professores e professoras nestes contextos. Tema complexo, mas necessário nesses tempos pós-golpe.

Entre Las Vegas e Janaúba

Uma onda de ódio incontido varre mais uma vez as Américas. Mas o que há em comum entre os trágicos episódios ocorridos em Las Vegas (EUA), no dia 1º de Outubro e no dia 5 em Janaúba (MG)? O que passaria pela mente de assassinos em massa como Stephen Paddock e do vigilante Damião Soares dos Santos? Nos Estados Unidos foram 59 vítimas e cerca de 500 baleados pela sanha malévola de um atirador instalado luxuosamente num hotel-cassino. Em Minas, 10 crianças e uma mulher, incinerados impiedosamente por um lunático com propensões à pedofilia.

Atos isolados de indivíduos contra coletividades. Traumas, drogas, estupidez inumana? O que explica o ataque cruel, impiedoso contra inocentes indefesos, distraídos num espetáculo musical ou absortos em atividades recreativas numa creche para crianças pobres? A ficha, simplesmente, não cai!

A sensação é a de quê somos, cada vez mais, presas fáceis numa sociedade cada dia mais estressada e perigosa. Não conhecemos quem está do lado. Um surto de ódio e violência pode explodir a qualquer momento do nosso lado. Nos Estados Unidos, onde mais de 50 milhões possuem armas de fogo, tiroteio na rua se tornou banal. O Brasil vive sua monstruosa guerra civil silenciosa não-declarada.

Rádio no Cordel

Meu compadre Fábio Mozart me convidou para participar de seu projeto “Cordel na Rádio Comunitária”. Vamos prosear com os cordelistas ligados à Academia de Cordel do Vale do Paraíba, A conversa e as loas serão gravadas a partir dessa semana no home-estúdio da Radioweb Zumbi dos Palmares. O documentário vai virar filme também, sob a direção do videasta Marcos Veloso. O projeto recebeu financiamento do FIC.

Rádio Câmara

A Rádio Câmara FM (88.7) de João Pessoa entrou no ar em caráter definitivo na semana passada. Além da programação dedicada à transmissão das sessões da Câmara Federal e da Casa de Napoleão Laureano, programas locais deverão compor o restante da grade da emissora, cujos estúdios estão instalados no anexo da Câmara Municipal, no início das Trincheiras, no coração da capital paraibana.

Segundo o Secretário de Comunicação da Câmara Municipal de João Pessoa, Janildo Silva, a rádio vai investir na difusão da boa música paraibana e em conteúdos especiais de jornalismo e entretenimento. “A ideia é podermos oferecer uma boa rádio pública para o pessoense, voltada para a promoção da cidadania”, diz o jornalista. A emissora começa a atrair os ouvintes mais exigentes da Região Metropolitana.

 por Dalmo Oliveira

Redação DiárioPB

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