Documentário dá voz a mulheres atingidas por barragens

Mulheres que tiveram suas vidas impactadas e seus direitos violados pela construção de barragens em todo o país ganham voz em novo longa-metragem. Arpilleras: Atingidas por Barragens Bordando a Resistência (2019) traz a história de 10 mulheres, de diferentes regiões, através de depoimentos e bordados, com uma técnica utilizada como instrumento de denúncia por chilenas, durante a ditadura de Augusto Pinochet.

O projeto foi financiado coletivamente por uma plataforma de contribuição coletiva, com produção do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). A estreia oficial ocorreu na quinta-feira (19), no cinema Caixa Belas Artes, em São Paulo. Hoje (22), às 19h, o acesso ao longa estará aberto no YouTube, pelo canal de comunicação do MAB.

“Arpillera” é uma prática surgida nas periferias de Santiago. Através de bordados em sacos de batatas, as rendeiras escondiam cartas em suas obras, denunciando as violências da ditadura chilena (1973-1989)

A data de lançamento nacional via internet é simbólica. Hoje, completa um mês do assassinato de Dilma Ferreira Silva, coordenadora do MAB no Pará. A maranhense foi executada, junto de seu companheiro Claudionor Costa da Silva, além do vizinho Milton Lopes. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), foi o primeiro massacre no campo do ano.

“Nós somos as verdadeiras Marias, guerreiras, lutadoras que estão aí no desafio da luta do dia a dia”, disse Dilma em encontro em 2011. Ela foi atingida pela construção da hidroelétrica de Tucuruí, no Pará, durante a ditadura brasileira (1985-1964). Uma reparação parcial veio apenas em 2004, ano que Dilma se aproximou do MAB, para apresentar ao governo uma pauta de reivindicações.

Rede Brasil Atual

Redação DiárioPB

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