Com Lula e sem Dilma, PT lança Padilha ao governo de São Paulo
Apesar da baixa da presidente Dilma Rousseff, que cancelou a ida ao evento na noite de sábado, o ex-ministro da Saúde foi prestigiado por nomes de peso do PT, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, entre outros.
Em todos os discursos, os petistas presentes assumiram um discurso de que o partido é alvo de um ódio de classe, instigado pelas políticas de inclusão social implementadas pelos governos de Lula e Dilma.
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“Por que essas pessoas (a elite) começaram a nos tratar como se fôssemos uma doença, um mal para este País?”, indagou Lula. “Nós estamos fazendo uma campanha atípica, perigosa. Se em 2002 nós tivemos que fazer uma campanha para a esperança vencer o medo, este ano nós temos que fazer uma campanha para esperança vencer o ódio”, disse.
O coordenador da campanha de Padilha, o presidente do PT estadual, Emidio de Souza, disse que as vozes do atraso criticam o governo Dilma e a candidatura do Padilha porque têm medo dos avanços conquistados pelo PT. Ele também criticou o discurso de mudança do PSDB, que lançou Aécio ontem com o mote que um “tsunami” vai tirar o PT do poder. “O centro da mudança já chegou em 2002, com eleição de Lula”, disse Emidio.
Falcão seguiu o mesmo tom e disse que “há um projeto de volta ao passado, contrário ao avanço do PT”.
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Candidato
Dilma não foi ao lançamento da candidatura, alegando que precisava ficar em Brasília para se preparar para um encontro com a primeira ministra da Alemanha, Angela Merkel. Em vídeo exibido em apoio a Padilha, a presidente também adotou o discurso de combate ao ódio ao governo “que fez o filho do pobre andar de avião”. “Nós não temos medo do povo. Nós governamos com o povo, essa é a verdade.”
A presidente elogiou a passagem de Padilha no ministério da Saúde, como a coordenação do programa Mais Médicos, e o apoio “decisivo” do governo federal para a realização de obras essenciais em São Paulo, como o rodoanel e a modernização do porto de Santos. “São Paulo não pode mais confiar em volume morto. Você, Padilha, é o volume vivo”, disse.
Em seu discurso, Padilha disse que tem energia de sobra para trazer mudança para São Paulo. “E não importa a cor partidária, serei governador de todos.”
No palanque do ex-ministro, aliados do PR, PP e PCdoB.
No ginásio da Portuguesa, onde aconteceu o evento, as arquibancadas lotadas dançaram com as atrações musicais e ao ritmo do single “Padilha, Padilha, quem curte compartilha”, em ritmo de sertanejo universitário.
Recebido com gritos de “Lula, guerreiro do povo brasileiro”, o ex-presidente atacou os adversários, que associou à ditadura, e disse que seu governo foi o que mais fez no combate à corrupção. “A diferença é que a gente tirou o tapete da sala, e eles jogaram tudo para debaixo do tapete.” Ele também atacou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, lembrando a denúncia de que FHC teria comprado votos para aprovar a emenda da reeleição. “O ex-presidente deveria dizer quem é que começou essa relação de promiscuidade entre poder executivo e Congresso Nacional, ao comprar votos para ser aprovada a reeleição em 1996”, provocou.
IG