Cida Ramos lamenta que comunidade quilombola seja ignorada por Cartaxo

“Não é possível que uma prefeitura não enxergue as necessidades de seu povo. A atual gestão disse que eu não posso ser pré-candidata porque, segundo eles, não ando pela cidade. Mas o atual prefeito, que tanto anda e tanto vê, não faz nada pelo povo. É inadmissível que a população não tenha acesso a uma praça, a uma política de cultura, a uma educação de qualidade. Por isso precisamos do novo, uma gestão sensível aos desejos do seu povo”, afirmou Cida.

A presidente da Associação da Comunidade Negra de Paratibe (ACNP), Joseane Santos, afirmou que faltam políticas públicas básicas à comunidade de mais, como saúde e escola. “Temos cerca de 150 famílias aqui. Nossa escola (Escola Municipal Antônia do Socorro Silva Machado) está uma vergonha, estamos pensando em fechá-la porque não temos condições de funcionar. O que me deixa mais indignada é que o prefeito vende que está reformando escolas, mas a nossa escola quilombola está aos pedaços. Se chove, cai água dentro da sala. Também não temos PSF perto. Solicitamos que o prefeito mande uma médica para a comunidade. Depois de muita luta ele disse que enviaria, mas até agora nada. Cida tem mostrado pra gente sensibilidade e respeito, por isso estamos com ela nesta caminhada”, apontou a líder comunitária.

De acordo com Joseane Santos, mesmo depois da comunidade acionar o Ministério Público contra a prefeitura, nada foi realizado naquela região. “O prefeito não conversa conosco. Para encontrá-lo temos que ir nos eventos que ele participa, porque no gabinete as portas estão fechadas para os quilombolas. Entramos no Ministério Público contra a prefeitura, assinamos um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para a construção do Centro Cultural Quilombola, que há muito tempo já está com a verba liberada para várias ações serem feitas, a curto e longo prazo. Mas até agora não fizeram nada”, disse a presidente da ACNP.

Diante deste cenário, Cida Ramos reforçou que a atual Prefeitura de João Pessoa perdeu a sensibilidade frente às questões do seu povo. “Nós defendemos que política se faz junto ao povo, buscando saber nas comunidades o que elas necessitam. Em Paratibe encontramos problemas em escola municipal, PSF distante, sem medicamentos, transporte público de má qualidade e com pouca frota. Para resolver tudo isso, é preciso sensibilidade e coragem, coisa que o atual prefeito já demonstrou não ter”, destacou a professora.