Cássio Cunha Lima é hostilizado em voo de Brasília para João Pessoa

Carro com CaassioO voo TAM JJ3782 partiu ontem de Brasília (DF) para João Pessoa (PB) rigorosamente no horário programado, 19h45. Teria sido uma viagem tranquila, mas uma coincidência infeliz promoveu um encontro indesejável do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e a delegação paraibana, que acabara de participar, na Capital Federal, das Conferências Conjuntas de Direitos Humanos. Não deu outra: CCL conseguiu viajar sossegado, mas assim que o avião aterrizou em solo paraibano, o senador foi ovacionado, negativamente, por mais de 50 pessoas.

Cunha Lima só não foi chamado de “santo”, mas o que você imaginar (e muito mais) o senador campinense teve que ouvir. Os manifestantes decidiram não atacar CCL ainda em Brasília, porque poderiam ser impedidos de embarcar. Durante as mais de duas horas de voo, também não ocorreram incidentes. Cássio acabara de sair da sessão plenária no Senado e tinha um semblante cansado e circunspecto, refletindo a tensão do momento que o País (e ele próprio) atravessa.

No desembarque, a companhia decidiu liberar apenas a porta dianteira da aeronave e abriu a traseira para que o senador pudesse descer sem que fosse mais admoestado pelos ativistas, que estavam revoltados com o posicionamento do parlamentar em relação ao pedido de impeachment contra a Presidenta Dilma. Cássio saiu às pressas do aeroporto Castro Pinto em veículo oficial da Infraero, embaixo de vaias e xingamentos. Antes de entrar na camioneta, CCL gesticulou para os protestantes com o sinal de “roubo”, usando a palma da mão esquerda aberta e o polegar direito girando.

A onda de contestação contra políticos que apoiam ou articulam o golpe contra Dilma cresceu no país desde a votação na Câmara Federal que autorizou a admissibilidade do processo de impeachment. No caso de Cássio, pesa o processo de cassação que sofreu quando do seu derradeiro mandato à frente do Governo da Paraíba, por improbidade administrativa. Além disso, seu partido, o PSDB, está na linha de frente da arquitetura do golpe. Os apoiadores de Dilma alegam que o PSDB tenta golpear o segundo mandato de Dilma desde o início, porque chegaram à conclusão que não consegue ganhar as eleições de maneira limpa e democrática, nas urnas.

Entre os ativistas que ovacionaram o senador, se encontrava Renan Palmeiras, liderança do Movimento LGBT local. O grupo que protestou era composta ainda de pessoas do movimento negro e de religiões de matriz africana, ativistas do movimento de pessoas idosas e com deficiências e ainda lideranças indígenas. O voo trouxe para a capital paraibana outras figuras de destaque, como a reeleita Reitora da UFPB, Margareth Diniz, o ex-deputado estadual Rodrigo Soares, Marenilson Batista da Silva, diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do MDA e o presidente da Fetag-PB, Liberalino Lucena.

“É por causa de políticos assim que hoje temos essa vergonha de aeroporto e a Paraíba vive sempre na rabeira de todos os índices de desenvolvimento social e econômico. Mas as eleições de outubro estão chegando aí e quero ver se os eleitores paraibanos ainda vão ter coragem de votar nos candidatos a vereador e a prefeito apoiados pelo senador Cássio”, comentou um passageiro do voo, que filmava o protesto dentro da aeronave.

Por Dalmo Oliveira, Direto do Sanhaua

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Redação DiárioPB

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