JUSTIÇA

Campos Neto foge da imprensa em Lisboa após Rosa Weber enviar à PGR pedido de investigação contra ele e André Esteves

Na capital portuguesa, presidente do Banco Central fugiu da imprensa que o questionou sobre decisão da ministra Rosa Weber pedir à PGR invbestigação sobre as relações suspeitas entre Campos Neto e o banqueiro André Esteves

Lauro Neto, da Sputnik – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fugiu da imprensa na noite desta sexta-feira (12), em Lisboa, após a ministra Rosa Weber pedir à Procuradoria-Geral da República uma manifestação sobre abertura de inquérito para investigá-lo pelo crime de uso indevido de informação privilegiada.

Campos Neto e André Esteves, dono do banco BTG Pactual, foram acusados pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) da prática de insider trading, com pena prevista de até cinco anos de reclusão e multa.

O encaminhamento da relatora do caso no Supremo Tribunal Federal (STF) à PGR foi feito na quinta-feira (11), mas publicizado no dia seguinte, quando o presidente do Banco Central participava de um evento em um hotel em Lisboa.

Apesar de a palestra de Campos Neto sobre “sustentabilidade do mundo financeiro” ter sido transmitida on-line, as câmeras não captaram os bastidores. Ele já havia sido abordado por um assessor do evento para falar com jornalistas antes de subir ao palco, mas se recusou. Após o encerramento, Sputnik Brasil o questionou sobre o pedido de investigação.

Apesar de este correspondente da Sputnik em Lisboa frisar que não se tratava de uma entrevista, mas apenas de uma pergunta, ele não quis responder. A cena foi presenciada por pelo menos mais dois interlocutores que o parabenizavam pela palestra.

Em seguida, Campos Neto saiu do salão, acompanhado de uma terceira pessoa, e apressou o passo até o elevador enquanto este repórter insistia com o mesmo questionamento.

Áudio de André Esteves mostra influência sobre BC

No fim de outubro, o site Brasil 247 revelou um áudio em que o banqueiro André Esteves mostrava, em um evento com clientes, sua influência sobre os presidentes do Banco Central e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Em determinado trecho da palestra de mais de uma hora, Esteves contou que Campos Neto o questionou sobre a queda da taxa de juros (Selic).

Nesta quinta-feira (11), a ABI requereu ao STF a instauração de inquérito para apuração de possível crime. A entidade alegou potencial conduta lesiva à confiabilidade do mercado de capitais, com base na conversa com Campos Neto relatada por Esteves.

Em 2015, Esteves chegou a ficar preso por 28 dias após determinação do STF por atrapalhar investigações da Operação Lava Jato. Depois desse período na cadeia, o então relator do caso, ministro Teori Zavascki (morto em 2017 em acidente de avião), determinou sua libertação.

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Redação DiárioPB

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