Ampliada, Orquestra Sinfônica de João Pessoa completa um ano

orquestraNo dia 1º de dezembro de 2013, a Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa fazia o seu primeiro concerto oficial no adro da Igreja São Francisco. A ocasião não poderia ter sido melhor: ao lado de Anna Fedorova, pianista ucraniana de primeira grandeza, na abertura do 1º Festival Internacional de Música Clássica e para uma multidão estimada em 5 mil pessoas.

A nova Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa (OSMJP) estreou sob a batuta e direção artística do maestro carioca Laércio Sinhorelli Diniz, que assumiu a missão de equiparar o grupo às orquestras de grandes metrópoles. Hoje, com concertos oficiais fixos e mensais, um quadro de 65 instrumentistas e um projeto itinerante de apresentações didáticas nas escolas da rede municipal, acresceu a pretensão pedagógica à função artística.

O início – A OSMJP surgiu dos quadros da antiga Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa, que foi criada em 2001. Na época, o repertório tocado correspondia a peças do movimento armorial, obras barrocas e clássicas, com ênfase na presença das cordas e no legado de Purcell, Vivaldi, Mozart. A primeira grande obra apresentada foi “Os Pássaros”, de Ottorino Respighi. “No início, com um corpo reduzido, de apenas 22 músicos, limitávamo-nos aos movimentos iniciais de sinfonias”, lembra Gustavo de Paco, maestro assistente e seu fundador, ao lado de Leopoldo Nogueira.

“A ideia de montar uma orquestra de câmara surgiu em 1999, por sugestão de minha mãe, a maestrina da Orquestra Infantil Norma Romano. Observávamos a rápida evolução musical dos alunos da orquestra, ao passo que nos preocupava a ausência de um projeto de absorção daqueles talentos”, lembra Paco. A proposta foi apresentada a Neroaldo Pontes, secretário municipal de Educação e Cultura à época, e concretizada dois anos depois.

A formação original de naipes comportava primeiros e segundos violinos, violas, violoncelos e baixos nas cordas, duas flautas, dois oboés, dois clarinetes e dois fagotes nas madeiras, uma trompa e um trompete nos metais e uma percussão.

“Os ensaios iniciais eram numa sala do Colégio Pio X. Montamos uma equipe de 22 instrumentistas jovens, entre 14 e 21 anos de idade, que tocavam por uma bolsa mensal de 110 reais paga pela Sedec. A proposta era mantê-los na Orquestra de Câmara por um período não superior a três anos, para depois renovarmos o quadro e dar oportunidade aos demais”, recorda. No entanto, entraves administrativos sucessivos fizeram com que a orquestra trocasse de gerência da Sedec para a Funjope e da Funjope para a Sedec pelos primeiros quatro anos, até ficar em definitivo sob gestão da fundação a partir de 2005.

“A orquestra tinha o propósito de ser um elo de preparação de jovens instrumentistas vindos dos bancos acadêmicos para o futuro, em orquestras profissionais maiores, daqui e de outros estados, como hoje, 13 anos depois, temos a alegria de constatar”, lembra Sandoval Nóbrega, diretor de Ação Cultural da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), que foi o segundo diretor da orquestra.

A Orquestra de Câmara passou a se apresentar em datas comemorativas, como o aniversário de João Pessoa, e colecionar apresentações célebres ao lado de Sivuca, Cátia de França, Glorinha Gadelha e Antônio Barros e Cecéu. Um dos momentos mais iluminados foi em 2011, quando o pianista e maestro João Carlos Martins regeu um concerto com músicas de Beethoven, Brahms, Mascagni, Morricone e Astor Piazzolla. Em 2003, a família das cordas, dos metais e a percussão chegou a 40 instrumentistas, quando a expansão do repertório também pôde acompanhar.

Hoje, Paco, que também é professor de flauta transversal da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), comanda os ensaios antes das apresentações oficiais, na ausência do regente titular, e assume os concertos didáticos – uma ocasião única em que os estudantes podem ter um contato direto e ao vivo com a música clássica em explicações bem-humoradas e didáticas. “Como trunfo da nossa orquestra hoje, posso dizer que os nossos músicos se empenham em fazer o melhor”, reconhece.

Secom/JP

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Redação DiárioPB

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