Ronaldo cita dor ao ver Cruzeiro rebaixado e diz: “É a minha vez de tentar abrir portas para o time”
Ex-jogador relembrou ainda início da carreira com a camisa celeste; 27 anos depois, Ronaldo retorna a Raposa como proprietário do clube em momento complicado
Ronaldo voltou as redes sociais neste domingo para falar do Cruzeiro. Desde o anúncio da compra do clube pelo ex-jogador feita nesse sábado, o dono do time celeste deu algumas declarações. Em publicação nas redes sociais, o ex-jogador relembrou a trajetória no clube que o projetou para o mundo e analisou o futuro. “Voltei porque acredito na volta do Cruzeiro”, disse.
O momento complicado do time celeste também foi citado pelo ex-jogador. O clube mineiro disputa pelo terceiro ano seguido a Segunda Divisão e tem dívida na casa de R$ 1 bilhão. Ronaldo relembrou a trajetória desde que “apareceu para o mundo” vestindo a camisa celeste aos 16 anos de idade. Vinte e sete anos depois, Ronaldo assume a gestão do clube que o revelou.
Íntegra do texto compartilhado por Ronaldo
Em 25 de maio de 1993, entrei em campo pela primeira vez como profissional. Lembro como se fosse ontem da minha emoção ao receber a camisa do Cruzeiro. Eu só tinha 16 anos.
O pouco tempo que fiquei no time se justifica por uma razão: quase 30 anos depois, digo sem nenhuma dúvida que o Cruzeiro me deu a maior oportunidade da minha vida. Foi com a camisa azul celeste que tive a certeza que os meus sonhos de garoto eram possíveis.
Em 8 de agosto de 1994, a despedida do clube que abriu pra mim as portas do mundo; que me proporcionou sentir as primeiras grandes emoções no futebol; que me fez artilheiro, campeão, jogador da seleção; e que me preparou para tudo o que viria adiante.
Há dois anos, vi esse time centenário pelo qual tenho extrema gratidão ser rebaixado pela primeira vez; vi a tristeza tomar conta de uma das maiores torcidas do país. Doeu em mim.
E sinto ainda mais por saber que é sintoma do estado em que se encontra o futebol brasileiro, parado no tempo. O que seria daquele moleque de 16 anos sem a oportunidade de conquistar o mundo com a bola nos pés?
Não tenho todas as respostas para as perguntas que me faço e, possivelmente, não terei para todas as perguntas que vocês me farão. O que eu sei é que aquele garoto que aprendeu no Cruzeiro que os seus sonhos eram possíveis me faz hoje acreditar que é possível tirar o clube de refém dessa crise.
Chegou a hora de voltar. É a minha vez de tentar abrir portas para o time. Não como herói. Não com super poderes para, sozinho, mudar a realidade. Mas com imensa responsabilidade. Com gestão inteligente e sustentável para um crescimento de médio e longo prazo. Com a lealdade de 9 milhões de apaixonados.
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