França domina Honduras em jogo violento e vence com “olho mágico” da Fifa Comente
A insistência da França em um jogo que parecia fácil, mas se revelou duro, foi coroada com uma vitória por 3 a 0 sobre Honduras neste domingo em Porto Alegre. O time que se ressente da ausência de seu jogador mais importante (Franck Ribéry, cortado da Copa) contou com a precisão de Karim Benzema, que fez dois gols. Em jogo pegado desde o começo, as duas equipes apelaram para violência para deter as investidas do adversário.
O detalhe mais curioso da partida foi o segundo gol francês, que foi validado após o uso pela primeira vez da tecnologia da Fifa que ajuda o árbitro a definir se a bola entrou no gol ou não. Um conjunto de câmeras no estádio analisou o lance, e o sistema avisou o juiz brasileiro Sandro Meira Ricci, que validou o gol. A vitória garante os importantes três pontos e a liderança do grupo, mas a dificuldade que os franceses tiveram de impor seu jogo diante de um rival sem maiores qualidades lança dúvida sobre o futuro dos campeões mundiais no Brasil.
Fases do jogo: Com os melhores jogadores de seu lado, a França começou o jogo no ataque, tentando sufocar os adversários contra o seu próprio campo. A maior parte da partida foi jogada em apenas um lado do campo: o de ataque francês e o de defesa hondurenha. Mas a falta de pontaria dos atacantes europeus aliada a um bom desempenho do goleiro Valadares deixaram o placar em branco durante os primeiros 45 minutos.
Até que um pênalti cometido por Palacios rompeu a retranca de Honduras e mudou o jogo. O volante foi expulso, e Benzema abriu o placar para a França. No segundo tempo, o jogo virou um treino de ataque contra defesa: com um homem a menos, Honduras se segurou como pôde, mas não conseguiu evitar a vitória francesa, que foi sendo dilatada naturalmente.
O melhor: Benzema. O atacante não fez uma partida brilhante, mas foi decisivo quando precisou. Marcou duas vezes. Chutou para fazer o segundo gol, mas a bola tocou no goleiro Valladares antes de entrar e foi creditado ao hondurenho.
O pior: Palacios. O volante entrou nervoso, cometeu faltas duras, um pênalti e foi expulso. Com um a mais, a França conseguiu dominar o jogo e chegou à vitória naturalmente.
Chave do jogo: A expulsão. França era melhor, mas tinha dificuldade na conclusão. Os zagueiros e volantes caribenhos conseguiam deter as investidas europeias. Isso durou até o cartão vermelho para Palacios. Depois disso, a fortaleza hondurenha desmoronou.
Toque dos técnicos: Didier Deschamps, consciente do favoritismo francês, fez seus jogadores marcarem sobre pressão para tentar sufocar os rivais. Quando o jogo estava ganho e Honduras dominada, ele começou a trocar suas principais peças e poupá-las para os próximos desafios.
Para lembrar:
Não teve hino. O momento mais esperado do pré-jogo neste Mundial, a execução dos hinos nacionais não aconteceu no estádio Beira-rio por causa de algum problema técnico. Após entrarem em campo, os atletas se cumprimentaram e foram direto ao jogo.
Rigor brasileiro no apito. O juiz Sandro Meira Ricci e seus auxiliares fizeram a estreia da arbitragem brasileira neste Mundial. E ele não economizou cartões em um jogo violento desde o começo. Só no primeiro tempo, já tinha sido batido o recorde de advertências da Copa: foram cinco cartões só na primeira etapa.
Tecnologia contestada. A estreia do sistema de câmeras causou polêmica no Beira-Rio. As imagens do tira-teima foram exibidas no estádio, mostrando que a bola havia cruzado a linha no segundo gol francês, mas os hondurenhos contestaram essa conclusão. A reclamação durou alguns minutos, mas o árbitro manteve a decisão.
Torcida por Honduras durou alguns minutos. Como é normal em uma situação assim, os brasileiros em Porto Alegre começaram apoiando o time mais fraco. Nos primeiros minutos, a França era vaiada a cada toque na bola. Mas quando os torcedores perceberam que a fraqueza hondurenha impedia uma torcida mais aguerrida, pararam de apoiá-los.
FRANÇA 3 X 0 HONDURAS
França: Lloris; Debuchy, Varane, Sakho e Evra; Cabaye (Mavuba), Matuidi e Pogba (Sissoko); Valbuena (Giroud) e Griezmann; Benzema.
Técnico: Didier Deschamps
Honduras: Valladares; Beckeles, Figueroa, Bernárdez e Izaguirre; Andy Najar (Claros), Garrido, Wilson Palacios e Espinoza; Costly e Bengtson.
Técnico: Luis Suárez
Data: 15/06/2014 – 16h
Local: Beira-Rio (Porto Alegre)
Árbitro: Sandro Meira Ricci (BRA)
Auxiliares: Emerson de Carvalho (BRA) e Marcelo Van Gasse (BRA)
Cartões amarelos: Evra, Pogba, Cabaye (França); Palacios (Honduras)
Cartão vermelho: Palacios (Honduras)
Gols: Benzema, aos 45min do 1º tempo e aos 26min do 2º tempo, Valadares (contra) aos 3min do 2º tempo (França)
UOL