Teatro Máquina faz espetáculo em João Pessoa

MÁQUINAFATZERNestes dias 06, 07 e 08, o Festival Piollin de Teatro recebe em sua programação o espetáculo Diga que você está de acordo! MÁQUINAFATZER! Do Teatro Máquina do Ceará, a partir das 20h no teatro do Centro Cultural Piollin.

O MÁQUINAFATZER fala sobre a primeira Guerra Mundial, mas fala também sobre linguagem, sobre a palavra e além das apresentações, fará uma fala pública gratuita, às 15h no Piollin.

Sinopse

Tentando fugir da Primeira Guerra Mundial, quatro soldados se veem confinados numa casa, à espera de uma possível revolução. Em meio ao conflito e às condições sigilosas de refugiados, o grupo tenta chegar a um consenso para cada decisão, em paródia à formação dos sovietes. Entre as figuras, Fatzer é o egoísta.

Na encenação do Teatro Máquina, o grupo dá forma à narrativa com tensão, repetição e engajamento físico e construção/destituição de uma língua em invenção. O espetáculo traz fragmentos da peça Decadência do egoísta Johann Fatzer, escrito por Bertolt Brecht entre 1926 e 1931.

O Fatzer

O Fatzer é também sobre a guerra, sobre o acordo, sobre o que nos resta. Fatzer é material para descobrirmos o que podemos fazer a partir dele e não mais com ele. É sobre esse lugar sombrio que revela a natureza, revela o que pensamos termos construído como humanidade, revela o que não podemos entender como homens, o que não queremos saber. Fatzer é também sobre a língua. É sobre a máquina-língua que inventa a palavra guerra.

É sobre a fala tornada impedimento. Sobre a fala expressão de desacordo, de desencontro, de tentativa, de confronto. Sobre a fala cortada, sobre o blá blá blá, sobre o vazio do discurso, sobre o discurso vazio, sobre aquilo que só se representa quando se expressa, sobre a linguagem-trauma, sobre o que não pode ser dito. É também sobre o que perdemos, sobre o que continuamos perdendo. Sobre o que acumulamos, o que empilhamos, o que derrubamos, sobre o que pisamos.

Sobre a fala pública – demonstração do processo criativo

A fala pública tem formato de demonstração do processo criativo, através de estudo de cenas do espetáculo. Nessa atividade pretendemos abrir o processo criativo do espetáculo apresentado e, em certa medida, também tratar dos procedimentos criativos e dos princípios estéticos que norteiam nossos interesses como artistas de teatro. Nessa fala pública decupamos algumas cenas do espetáculo e assim vamos revelando as formas de criar desse trabalho e as escolhas da encenação.

O estudo da encenação e do trabalho dos atores através de cenas do espetáculo revela as escolhas relativas às noções de tempo e espaço. O espetáculo enclausura os desertores em espaço reduzido, que se expande enquanto se destrói, em dilatação física e metafórica da guerra. Nele o espaço se torna corpo e dramaturgia, nos quais se discute as formas de aniquilamento engendradas pelo próprio homem. O tempo, por sua vez, está carregado de um passado-presente-futuro que convoca aproximações com os extremos da violência e das guerras atuais.

Sobre o grupo

Teatro Maquina é um grupo de Fortaleza, no Ceará. Um coletivo que se reúne diariamente para pensar e praticar formas de nos mantermos juntos. Nosso teatro toma forma na sala de ensaios, no encontro com o texto e as ideias como espaço de exploração.

Investigamos o corpo e a presença, o gesto em sua decupagem, a palavra como imagem. O grupo já participou dos principais festivais de teatro do país, além de Havana (Cuba) e Edimburgo (Escócia), e recebeu indicação ao Prêmio Shell de Teatro de São Paulo (2008).

Ficha Técnica Direção: Fran Teixeira Elenco: Fabiano Veríssimo, Felipe de Paula, Márcio Medeiros, Levy Mota e Loreta Dialla Tutoria: Guillermo Cacace Colaboração: Júlia Sarmento, Michael Wehren (Friendly Fire) e Stephane Brodt (Amok Teatro) Produção: Fran Teixeira, Levy Mota e Ana Luiza Rios Criação de sonoplastia: Ayrton Pessoa Bob (Orientador), Marcos Paulo Leão (Assistente), Israel Silveira (Assistente), Glauber Bass, Laylton Maia, Marcelo Freitas, Marcos Au Coelho, Matheus Ramilen, Rami Freitas, Saulo de Castro e Tuilla Cláudia Cenografia: Frederico Teixeira Cenotecnia: Fernando Casari (Orientador), Diego Brito, Gabura Mn, Israel Silveira, Jacqueline Brito e Pedro Moreira Objetos cenográficos: Alex Ferreira Iluminação: Walter Façanha Figurino: Diogo Costa Costureiras: Francisca Maria, Odaíde Baía e Tetê Ferreira Adereços de couro: Muñoz Aguirre Vídeos: Andrei Bessa Fotografia: Deivyson Teixeira Operador de luz: Ciel Carvalho e Ana Luiza Rios Operador de som: Fran Teixeira

WSCOM

Redação DiárioPB

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