Superação da pobreza: Bolsa Família transforma a vida de 14 milhões de famílias
Ver um filho estudando em uma universidade é o sonho de muitos brasileiros e se tornou realidade na vida da diarista Cláudia Patrícia Mariano de Souza Guimarães, de 46 anos, nascida em Patrocínio, Minas Gerais.
Beneficiária do Programa Bolsa Família, ela investe o recurso que aumenta sua renda na educação dos filhos. “Eles estão na escola. Os mais velhos já fizeram curso de computação”, comemora o avanço na capacitação profissional dos herdeiros, oportunidade que ela própria não teve.
Um dos motivos de maior alegria para Cláudia Patrícia é a filha mais velha, Meiriam Guimarães, de 20 anos. Hoje aluna do curso de enfermagem da Universidade de Brasília (UnB), a jovem enche a mãe de orgulho. “Meu destaque é para a Meiriam, que fez vários cursos por fora, com essa ajuda que o governo me dá. Para mim, isso é muito importante”, conta.
Balanço
A família de Cláudia Patrícia é uma das cerca de 14 milhões que terão sua renda complementada pelo Programa Bolsa Família. A partir desta segunda-feira (18), começou o pagamento do benefício, que tem valor médio, neste mês, de R$ 167,95.
O programa, criado em 2003, tem como objetivo combater a pobreza e a exclusão social no Brasil. Para participar, o cidadão precisa se enquadrar no perfil de beneficiários: família com renda mensal de até R$ 77, por pessoa, mesmo que não tenham gestantes, crianças ou adolescentes na família. Para o caso de famílias com gestantes, crianças e adolescentes a renda mensal deve estar entre R$ 77,01 e R$ 154, por pessoa.
Em artigo recente, a ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, destacou que mais de 3 milhões de famílias deixaram o programa voluntariamente. Outras três milhões de famílias tiveram o benefício cancelado, desde 2003, por não se enquadrarem no perfil do programa.
“Mais de 96% dos 15,7 milhões de estudantes monitorados cumprem frequência mínima de 85% nas escolas”, ressalta Tereza Campello.
Avanços
Entidades internacionais reconheceram os avanços sociais no Brasil em função do Bolsa Família. Em 2011, o Relatório sobre Erradicação da Pobreza do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para o Conselho Econômico Social (ECOSOC), apontou que o programa é exemplo de erradicação da pobreza.
A presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, também já atestou a eficiência do programa. “Destaco o programa Bolsa Família no Brasil, que conseguiu interromper a transmissão da pobreza de geração para geração e agora serve como modelo para o resto do mundo”.
Outro reconhecimento internacional aconteceu em 2013, quando o Programa Bolsa Família recebeu o prêmio Nobel de Seguridade Social, o Award for Outstanding Achievement in Social Security, concedido pela Associação Internacional de Seguridade Social.
A premiação, considerada o Nobel da Seguridade Social, só é concedida a cada três anos, depois de uma série de pesquisas in loco. Para a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, “é o reconhecimento do sucesso da luta contra a pobreza e pela promoção dos direitos sociais da população mais vulnerável do Brasil”.
Desde a criação do programa, 36 milhões de pessoas saíram da linha da miséria, sendo 22 milhões entre 2011 e 2014. Dados ainda contestam a tese de que beneficiários do Bolsa Família teriam mais filhos, por exemplo.
De acordo com o IBGE, entre 2003 e 2013, o número de filhos por mulher caiu mais acentuadamente entre os 20% mais pobres, na faixa de renda atendida pelo programa, 50% mais do que na média da população, informa também a ministra do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
Fonte: Portal Brasil