Sport vence Santa no Arruda e vai à final do Nordestão
Nunca duvide do Sport. Esse é o lema que todo rubro-negro se orgulha de dizer. E que fez jus nesta quarta-feira. Após perder a partida de ida das semifinais por 2 a 1, precisava vencer o Santa Cruz por diferença de dois gols no Arruda. E em um clássico que entregou tudo o que se esperava dele (disputado, quente e cheio de alternâncias), o Leão cumpriu a sua missão. E se no primeiro confronto, o atacante Hallef Pitbull encerrou um jejum de oito jogos sem gols ao anotar o tento da vitória coral, dessa vez o herói foi André, que aos 32 minutos classificou o Sport colocando ponto final a um hiato de 12 partidas sem marcar.
Na decisão, o rubro-negro vai encarar o Bahia, nos dias 17 e 24 de maio. Antes, porém, decide também o Campeonato Pernambucano. A começar por domingo, contra o Salgueiro, na Ilha do Retiro, no primeiro jogo da final. A volta ainda não tem data. Ao Santa, resta a decisão do terceiro lugar contra o Náutico (ida sábado, na Arena de Pernambuco) para lutar por uma vaga no Nordestão de 2018.
O jogo
Como a decisão pedia, Santa Cruz e Sport fizeram um primeiro tempo já eletrizante. Desde os primeiros segundos, com André obrigando Júlio César a fazer uma ótima defesa seguido de um princípio de confusão na área antes da cobrança de escanteio entre rubro-negros e tricolores após André trombar com Hallef Pitbull.
Apesar da necessidade de vencer por dois gols de vantagem, o técnico rubro-negro Ney Franco não abriu mão do esquema com três volantes, com Diego Souza atuando mais avançado e a volta de Ronaldo Alves na defesa, após passar sete partidas ausente por um estiramento muscular. Os dois, no entanto, ficariam pouco tempo em campo.
Logo com 15 minutos, o camisa 87 sentiu uma dor muscular na coxa e precisou ser substituído. O que seria um baque nas pretensões leoninas, por perder seu principal jogador, se transformou em gol no minuto seguinte, com o substituto Everton Felipe, abrindo o placar com liberdade ao finalizar na entrada da área, elevando de vez a temperatura no Arruda. O Sport estava no jogo.
O gol tão cedo do Leão assustou os tricolores, que até então lembrava a sua pior face nessa temporada, apenas se defendendo, rifando a bola com chutões. Mas aos poucos, o time do técnico Vinícius Eutrópio, que manteve a mesma formação do jogo de ida (apenas com o retorno de Júlio César ao gol), começou a colocar a bola no chão e equilibrar as ações. Tendo em Thomas o maestro. E o lado esquerdo, em cima de um Ronaldo Alves nitidamente sem condições físicas, como o mapa da mina.
Por ali, o Santa só não empatou porque Durval salvou em cima da linha e porque Pereira perdeu um gol que não se perde. Após Thomas ganhar mais uma em cima de Ronaldo Alves e chutar, o meia coral, embaixo da trave e sem marcação,”furou” após rebote de Magrão.
Os tricolores ainda tiveram uma chance na especialidade da casa. Com Anderson Salles cobrando falta da entrada da área, mas parando em Magrão. Defesa comemorada como um gol pelos rubro-negros.
Vaga no segundo tempo
No retorno para a etapa final, os dois times voltaram com a mesma formação. E como no primeiro tempo, Júlio César foi obrigado a trabalhar logo de cara, dessa vez em chute de Rithely. O roteiro dos minutos iniciais ainda renderam reclamações com a arbitragem e chegadas duras dos dois lados. O jogo valia muito.
Sentindo que o Santa Cruz voltava a ser dominado e que precisava de uma válvula de escape para os contra-ataques (até porque o Leão teria que se atirar ao ataque), Eutrópio sacou Léo Costa para a entrada de André Luis,a os 12 minutos. A mudança deu resultado e os corais voltaram a equilibrar o confronto. Com chances lá e cá e os dois times procurando o ataque, o jogo ficou aberto e ainda mais emocionante.
E também quente. Com uma nova confusão entre jogadores, mas dessa vez com expulsão dos dois lados. Rithely e Elicarlos receberam o cartão vermelho aos 26 minutos. A essa altura, um detalhe poderia definir o finalista. E esse detalhe apareceu aos 32 minutos. Com uma bobeira incrível da defesa do Santa Cruz, até então a melhor do Nordestão.
Em um lance que começou com Magrão, o lateral Samuel Xavier recebeu com liberdade e cruzou, Anderson Salles cortou mal e André, completamente livre da entrada da área, só teve o trabalho de escolher o canto e tirar do alcance de Júlio César. Primeiro gol do camisa 90 após 12 jogos de jejum. Não poderia vir em uma hora melhor. O gol da classificação.
O lado negativo ficou pela confusão que se formou após o gol. Dentro de campo, novamente com os jogadores, e nas arquibancadas da torcida do Santa. Wellington Cezar e Vitór ainda encontraram tempo para serem expulsos mostrando a perda de nervos do Santa. Sport na final do Nordestão.
Ficha do jogo
Santa Cruz 0
Júlio César; Vítor, Anderson Salles, Bruno Silva e Tiago Silva; Elicarlos, David (Júlio César), Léo Costa (André Luis),Pereira (Wellington Cezar) e Thomás; Hallef Pitbull. Técnico: Vinícius Eutrópio.
Sport 2
Magrão; Samuel Xavier, Ronaldo Alves (Henriquez), Durval e Mena; Fabrício, Ronaldo e Rithely; Diego Souza (Everton Felipe), André e Rogério. Técnico: Ney Franco.
Local: Arruda. Árbitro: Péricles Bassols (PE). Assistentes: Clóvis Amaral e Marcelino Castro (ambos de PE). Gols: Everton Felipe (16 min do 1º) e André (32 min do 2º). Cartões amarelos: Everton Felipe, Rithely, Samuel Xavier (S), Pereira (SC). Expulsões: Elicarlos, Vitor e Wellington Cezar (SC), Rithely (S)
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