‘Singeleza ímpar’: Temer sobre decreto que extingue reserva na Amazônia
A expressão foi usada em coletiva dada à imprensa durante visita à China
A extinção de reserva na Amazônia pegou ambientalistas e centros de pesquisa brasileiros de surpresa. Na China, onde está em visita oficial, o presidente Michel Temer minimizou a polêmica em torno da extinção da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) um dia depois de o ministro do STF Gilmar Mendes dar dez dias ao governo para explicar a decisão.
“É uma questão jurídica. Vamos nos pronunciar sobre isso. Vocês sabem que lá havia uma exploração clandestina ilegal do minério. Vocês verificaram pelo decreto que foi expedido que há preservação absoluta de toda e qualquer área ambiental e de área indígena”, afirmou Temer a jornalistas.
“O que há é uma regularização da exploração que se faz naquela região. Nada mais do que isso. É de uma singeleza ímpar”, acrescentou.
Gilmar Mendes foi escolhido relator no STF da ação do PSOL contra o decreto que extinguiu a reserva, que está em uma área entre os Estados do Pará e do Amapá e tem 47 mil quilômetros quadrados, o tamanho equivalente ao território da Dinamarca.
Na última terça feira (29) a Justiça Federal suspendeu a ação do governo. Apesar das promessas de que cumprirá legislações específicas sobre preservação na área, a sociedade civil organizada já emitiu opinião sobre o assunto: diversas organizações ambientais já se pronunciaram, alertando sobre os riscos que as áreas de proteção integral e sobre os territórios indígenas que estão contidos dentro do perímetro da reserva.
Com BBC Brasil
Foto: Dida Sampaio