247 – Filha de uma japonesa com um haitiano, a tenista Naomi Osaka, de 23 anos, nascida no Japão, é uma das atletas mais populares das Olimpíadas de Tóquio e do mundo do esporte. Primeira japonesa a conquistar um Grand Slam de tênis, Naomi, atual tenista número 2 do mundo, tem usado a fama para chamar atenção para questões sociais, como desigualdade racial e saúde mental. Nesta sexta-feira (23), a atleta acendeu a pira olímpica e se tornou a primeira tenista a protagonizar o simbólico ato da cerimônia de abertura.
No torneio US Open de 2020, onde foi ouro, Naomi usou diferentes máscaras com os nomes de vítimas de racismo nos Estados Unidos. A tenista foi vencedora de quatro títulos de Grand Slam.
No último torneio de Roland Garros, ela não participou das coletivas de imprensa alegando que tinha de evitar estresse, segundo o portal G1. Acusada de estrelismo – os atletas são obrigados a participarem das coletivas depois dos jogos -, ela publicou uma carta nas redes sociais afirmando que passava por problemas de saúde mental, questionou a regra do torneio, e, para se resguardar, abandonaria o campeonato.
“Nunca banalizaria a saúde mental ou usaria o termo levianamente. A verdade é que tenho sofrido longas crises de depressão desde o US Open em 2018 e tenho tido muita dificuldade em lidar com isso. Embora a imprensa do tênis sempre tenha sido gentil comigo (…) tenho grandes ondas de ansiedade antes de falar para a mídia internacional”, publicou Naomi em 31 de maio.
Na carta, ela se desculpou com os jornalistas, com os fãs, mas também pediu “empatia”. Ela está afastada das quadras desde maio para tratar a depressão e o retorno será nesta sexta-feira.
Ativista dentro e fora das quadras, Naomi também é pop: somente em julho, ela foi capa da revista Vogue Hong Kong, lançou um documentário na Netflix e ganhou uma boneca Barbie.
A tenista venceu no ano passado o Laureus na categoria mais importante, Esportista de 2020. O prêmio é considerado o Oscar do esporte.
