Réquiem para o Folia de Rua
O Projeto Folia de Rua foi criado em 1994 pelos carnavalescos e produtores culturais Alberto Arcela e Eduardo Stuckert para dar uma prévia carnavalesca à nossa capital já que não tínhamos carnaval no período de Momo. Com o projeto foram criados vários blocos que estão aí até hoje e arrastam milhares de foliões pelo centro de João Pessoa. Nos primeiros anos todos os blocos desciam para a Praça Antenor Navarro no Centro Histórico onde havia estrutura com decoração, palco, som e orquestras. Há alguns anos essa estrutura não existe mais e os blocos não descem mais.
Há alguns anos, também, não existe decoração no Centro da cidade e um turista ou mesmo um nativo desavisado não sabe que estamos comemorando nosso carnaval antecipadamente. Total descaso.
Os órgãos responsáveis não cuidam das ruas e calçadas por onde os blocos passam, o que causa acidentes nos foliões. Principalmente entre as crianças e idosos. Um problema a ser resolvido. Outro grande problema é pequena quantidade banheiros químicos, insuficientes perante a demanda. Criando mais um problema de segurança e higiene pois os foliões ao fazerem suas necessidades nas vias publicas deixam uma “fedentina carnavalesca”.
Uma das boas características do projeto é que todos os blocos eram gratuitos onde qualquer folião poderia escolher e participar de qualquer bloco, diferentemente de outras capitais que cobram, caro, para o folião participar. Isso, até o ano passado (2018) porque, a partir desse ano voltam os blocos pagos com atrações nacionais que vem para cá única e exclusivamente em busca do dinheiro das vendas dos “abadás”. Nos bons tempos do projeto sempre tivemos atrações nacionais na abertura e nos grandes blocos gratuitamente e para todos. Pelos palcos e trios passaram atrações como maestro Duda, maestro Spock, Alceu Valença, Chico Cesar e muitos outros. Atualmente são contratadas atrações de artistas completamente desconhecidas de nosso público. Como é o caso deste ano.
Durante todo o período do projeto a abertura tinha data certa e todos os blocos puderam fidelizar seu foliões. O que foi mudado esse ano com antecipação da abertura e criando confusão entre os foliões. Tudo para privilegiar os “mercenários carnavalescos” que não tem compromisso com a cultura nem com o povão que curtia a prévia.
É chegada a hora dos verdadeiros dirigentes dos blocos retomarem as rédeas do projeto, sanarem os problemas apresentados e devolverem aos foliões de nossa Capital o verdadeiro FOLIA DE RUA.
requiem aeternam
Rafael Junior da redação.