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Qual a origem do terrorismo? Ou sobre os acontecimentos de paris

frança terrorismoOs antigos sempre diziam: “Quem bem fizer pra si é”, outros costumam falar na lei do retorno. Ou isto ou aquilo, como dizia nossa poetisa mor. Que sempre pousou de santa e imaculada, se autodenominando La fille ainé de l’Église; educada e civilizada. Após espalhar o mal e o terror pelos quatro cantos da terra, a França agora experimenta do seu próprio veneno, ainda que, seja apenas a milionésima parte, em doses homeopáticas.

Acho que você, caro leitor, deve estar horripilado com o início deste artigo. Como? Um brasileirinho qualquer ousa não ser solidário à doce França! E eu perguntaria, conhece a França? Conhece os franceses in natura? Já viveu na França ou pelo menos conhece um pouquinho de história? Não, né? Por isso que você está tão chauvinista. Sabe o que significa a Guerra da Argélia? Sabe qual a política francesa na África e no Oriente Próximo? Sabe o motivo da Guerra dos Cem Anos? E da Guerra das Duas Rosas? Já ouviu falar na Noite de São Bartolomeu? E no massacre dos Anabatistas? O que aconteceu com os indígenas da região do Quebéc no Canadá? E o que significou a França Antártica e a França Equinocial? Sabe qual a relação da França com o Magrebe? Sabe quem controla a Ilha da Córsega? Sabe quem causou toda a miséria que assola o Haiti? E etc, etc, etc. Então, se você conhecesse a França saberia disso tudo e que ela está por traz de todos esses acontecimentos supracitados e de muito mais.

Os meios de comunicação na última sexta-feira-13 de novembro foram inundados por uma enxurrada de notícias de que algumas pessoas se explodiram e atiraram uns franceses e outros que por lá estavam, de modo a matarem 129 pessoas. Mas pergunto eu, o que significa 129 pessoas, diante dos milhares ou milhões (nunca se sabe, pois a verdade é sempre escamoteada pelo vencedor) que a França trucidou na Argélia e no Haiti? Ou será que a vida de um argelino nada vale? E a de um haitiano não importa? Até onde ou saiba vida é fenômeno natural e igual em qualquer ser humano; mas a Europa e seus defensores insistem que se não for europeu ocidental, escandinavo ou americano do norte, pode-se matar à mancheia, zero problema, o deus plutocrata deles o permite. Imagine se for negro ou indígena!

A Guerra da Argélia (1954-1962), esta sim foi uma carnificina a ponto de soldados franceses espetar argelinos e assá-lo ao fogo como se fossem churrasco. Isso não é terrorismo, é humanismo, não é? Veja bem, O governo francês à época considerava criminoso ou terrorista todo argelino que perpetrasse ato de violência contra franceses, inclusive contra militares em solo argelino e estavam, claro, em plena guerra. No entanto, alguns franceses, como o antigo guerrilheiro anti-nazi e advogado Jacques Vergès, compararam a Resistencia Francesa à ocupação nazi com a resistência argelina à ocupação francesa. Simples assim, um país invade o outro se apodera do que pode, falemos claro, rouba, menospreza e vilipendia seus habitantes, e se esses habitantes reagem são tidos como terroristas. Claro que o Norte da África fora invadido antes pelos muçulmanos, mas nada tinha a ver a França se meter então ali. Pois a rapinagem da França não se resumia à Argélia ou ao Magrebe (Argélia, Tunísia e Marrocos), mas a vários outros países como o Benin, Costa do Marfim, Senegal, etc. Inclusive o Mali que está sendo vítima dos mesmos radicais por conta de ter sido colônia francesa.

Veja o pobre Mali paga até hoje o tributo de ter sido invadido e dominado pela egoísta e fascista França. E ninguém invade um país para humanismo e liberdade. Então, invadir outro país, apossar-se da riqueza ali existente, e subjugar seu povo não causaria terror? Esses invasores não seriam terroristas? Ou só é terrorismo, atingir europeus e norte-americanos? Invadir um país dominá-lo, subjugá-lo, subtrair todas as suas riquezas causando a fome o desequilíbrio social; ainda há um modus operandi comum a todos os invasores: o estupro às mulheres do país invadido. Isso não é ação terrorista? Aliás, qual é a prática europeia em relação ao resto do mundo, isto é, com os países que não ricos, se não for uma prática terrorista? O que é que o FMI faz com seus países devedores? Terrorismo! Isso quer dizer, caro leitor, que terrorismo não significa apenas jogar bombas, é toda e qualquer ação que cause terror mesmo vinda da diplomacia.

Em tempo, é bom que se faça conhecer que Charles de Foucault (1858-1916), agora beatificado pelo Papa Bento XVI (eis mais uma bola fora desse papa, que no tempo de cardeal serviu longos anos como testa-de-ferro do João Paulo II), fazia-se de santo e na verdade era santo-do-pau-oco, além de religioso era um informante do exército francês. Com sua falsa santidade tinha acesso a informações privilegiadas dos argelinos, pois alguns desses confiavam nele e contava-lhe segredos de ações e movimentos antifrancês e ele traía a confiança destes, informando ao carrasco invasor. Isso que ouvir de padres franceses. Belo exemplo de cristão este, para ser canonizado.

O que foi que Napoleão espalhou em toda a Europa, se não o terror? No entanto, esta criatura está sepultada em Paris em momento, cuja cúpula é dourada. Mas os muçulmanos destes acontecimentos de Paris não tiveram seus corpos sequer devolvidos aos familiares, nem sepultura digna, sim, porque Napoleão teve sepultura digníssima. E alguém tem ideia de quantos Napoleão trucidou? Inclusive ele fez perecer milhares ou milhões de franceses nas suas companhas militares, especialmente na malfadada invasão à Rússia (que foi o início de sua derrocada) em que centenas de milhares de soldados franceses morreram de fome e frio na gélida Rússia. Leia a história ou o belo livro Guerra e Paz de Lev Nikolayevich Tolstoi e verá isso; e depois os terroristas são apenas os homens-bombas? Me economize!

E o Haiti. Quem já ouviu falar do Haiti? Agora todo mundo porque é um país em que o Brasil vai cantar de galo e fazer caridade e, claro, cometer um ou outro distúrbio também, não me pergunte como nem por que! Mas é um país belíssimo naturalmente. Invadido pela França e mantido pelo braço escravo, aliás, é só o que a Europa sabe fazer: espalhar escravidão, miséria e dor pelo mundo. Pois bem, este país conquista a sua independência em 1804 bem antes da palhaçada do Ipiranga de 1822, no Brasil. Foi o único país, cuja independência resultou de uma revolução de escravos. Diante desse fato a França não iria perdoar: matou quantos negros quis e destruiu, isto é, incendiou todo que havia no Haiti. Resultado, até hoje a nação que conseguiu se soerguer. Então, por traz de toda a miséria do Haiti está a suja mão francesa; pela dor cotidiana de cada haitiano é culpada a França. Vale lembra que para a dor dos argelinos e dos haitianos não houve psicólogos para remediar, como estão tendo os franceses.

Eu, sinceramente, não entendo o que faz com que os brasileiros vivam consternados pelos 129 franceses, quando milhões de argelinos e haitianos, trucidados pela França, não contam um mínimo de lembrança. A não ser que o brasileiro seja caudatário de brancos europeus, ainda que bandidos. Uma coisa é certa, a dívida da França continua ainda enorme. E não se engane, caro leitor, a lei do retorno, às vezes…, às vezes, é implacável.

Quem tiver cérebro para pensar, olhos para ver a realidade, de hoje e de ontem, e sentimento humano para sentir as misérias feitas, que os ponha para funcionar.

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Redação DiárioPB

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