PSG atropela Barcelona com show de Di María e põe pé nas quartas
O Paris Saint-Germain fez um dos grandes jogos de sua história e trucidou o Barcelona em 90 minutos nesta terça-feira, na abertura do mata-mata da Liga dos Campeões. Venceu por 4 a 0, com show de Di María – Draxler (olha o alemão aí!) e Cavani também marcaram –, e pôs um pé, talvez um pé e meio, nas quartas de final. Aos que não viram o jogo, vos digo que o placar foi justíssimo, numa noite em que o Barça ficou em tela azul e encontrou um rival com capacidade para causar um grande estrago.
Será difícil para cada jogador do Barcelona e sua comissão técnica terem uma noite tranquila de sono. Todos pensarão em seus erros, nos espaços que poderiam ter coberto, no passe que resultou num contra-ataque… Mas hão de reconhecer que o PSG foi merecedor, ao menos por uma noite, dos elogios que já receberam em diversas oportunidades. O time de Unai Emery sufocou o Barça desde o apito inicial, deixando-o desconfortável e forçando Ter Stegen a dar chutões. Não demoraria para chegar com real perigo. Aos 17, Di María cobrou falta por cima da barreira (na foto, dá para ver que Suárez saiu do lugar e facilitou para o argentino). André Gomes teve rara chance para o Barça, não aproveitada, e foi punido aos 40, com o segundo gol dos donos da casa: Verratti desarmou Messi e deu a assistência para Draxler.
Muito distante em intensidade, o Barcelona novamente começou dominado no segundo tempo. Luis Enrique manteve a formação com André Gomes, um dos patinhos feios não-intocáveis da noite, e logo viu o PSG ampliar. Foi numa linda jogada, pelo menos: a bola saiu dos pés de Trapp, passou por Rabiot, Draxler, Matuidi e Kurzawa até parar em Di María. O argentino chutou colocado, de fora da área. Um golaço. O Barça seguia sem ver a cor da bola, enquanto Verratti e Kimpembe (substituto de Thiago Silva) faziam um partidaço. Cavani, o matador, ainda deixou o dele em contra-ataque aos 26, puxado por Meunier. Umtiti acertou a trave em rara oportunidade no fim. Sinceramente: teria sido injusto diante do que vimos hoje.
Não é preciso exagerar: o Barcelona precisará atingir a perfeição para conseguir reverter o resultado na volta marcada para 8 de março, no Camp Nou. Até hoje, em 185 eliminatórias europeias que começaram com um 4 a 0 na ida, em nenhuma houve uma virada (dados do espanhol Misterchip em seu Twitter). O Barça tampouco conseguiu virar um mata-mata nestas condições, seja nacional ou internacional. A tendência, hoje, é repetir 2006/07, quando acabou eliminado pela última vez nas oitavas – naquela oportunidade, para o Liverpool no gol fora de casa.
Nascidos no dia 14 de fevereiro, Cavani e Di María proporcionaram um presentão à torcida do PSG. O argentino, com 29 anos, brilhou com um gol de falta e outro numa linda finalização de fora da área, um em cada tempo. O uruguaio, agora na casa dos 30, ratificou estar vivendo a sua melhor temporada na carreira ao selar a goleada num lance de inteligência no deslocamento e velocidade na conclusão. No vestiário, após a partida, puderam assoprar as velinhas e comemorar para valer.
O Barcelona como um todo foi extremamente decepcionante, numa humilhação praticamente sem sobreviventes (Ter Stegen fez defesas importantes no primeiro tempo e acabou evitando um placar mais dilatado), mas a conta naturalmente cai em cima de quem costuma decidir. Messi e Suárez desapareceram na marcação do PSG, enquanto Neymar até tentou, correu, driblou, mas também errou muito nas decisões finais. Os três não acertaram uma finalização ao alvo sequer e protagonizaram uma enxurrada de memes na internet durante e após a goleada.
Luis Enrique sofreu a pior derrota de sua carreira como técnico, igualando-se, no Barcelona, aos 4 a 0 para o Athletic Bilbao em 2013 e 2015. Foi, também, a primeira vez em que o Barça perdeu por tamanha desvantagem na Liga dos Campeões desde 2013 (os mesmos 4 a 0 para o Bayern de Munique, na semifinal). Como o próprio definiu em entrevista coletiva após o jogo, “foi uma noite nefasta”. Sem qualquer reação dos visitantes a cada gol recebido. De outro lado, Unai Emery conquistou a sua segunda vitória sobre o Barça em 24 confrontos – perdeu 16 e empatou outras seis como técnico do Sevilla.
GE