Produção industrial tem alta de 0,7% em julho, mostra IBGE

ind.calçadistaA produção da indústria nacional registrou alta de 0,7% em julho, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse avanço interrompe cinco meses seguidos de resultados negativos.

Em relação ao mesmo mês em 2013, o total da indústria apontou recuo de 3,6%, a quinta taxa negativa consecutiva nessa comparação. “Assim, o setor industrial acumulou queda nos sete meses do ano (-2,8%), intensificando, portanto, o recuo registrado no primeiro semestre de 2014 (-2,6%)”, informou o IBGE em nota.

No índice acumulado para os sete meses de 2014, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 2,8%, com predomínio de taxas negativas, alcançando três das quatro grandes categorias econômicas, 18 das 26 atividades, 55 dos 79 grupos e 63,1% dos 805 produtos investigados.

No acumulado de 12 meses, houve queda de 1,2%, a mais intensa desde janeiro de 2013 quando havia recuado 1,5%. “O baixo nível de confiança dos empresários, dos consumidores, uma evolução mais lenta da demanda doméstica, encarecimento das condições de credito, maior seletividade na concessão do credito, redução das exportações, isso tudo acaba formando um cenário que leva setores com estoques acima do seu padrão atual”, explicou André Luiz Macedo, gerente da coordenação de Indústria do IBGE.

“No consolidado do ano, principalmente quando a gente compara com o ano passado, é um cenário de perdas importantes para esse setor”, afirmou. “Crescimentos mais intensos no mês de julho vieram com base comparativa mais baixa do mês de junho.”

Período de comparação Variação média da produção
Julho 2014 / Junho 2014 0,7%
Julho 2014 / Julho 2013 -3,6%
Acumulado em 2014 -2,8%
Acumulado em 12 meses -1,2%

Categorias e ramos
O crescimento na passagem de junho para julho alcançou três das quatro grandes categorias econômicas e 20 dos 24 ramos pesquisados. Entre as atividades, as principais influências positivas foram registradas por equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (44,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (8,5%).

No caso dos produtos de informática e eletrônicos a expansão foi mais intensa desde o início da série histórica e interrompeu quatro meses consecutivos de taxas negativas que acumularam redução de -38,1%. Já o setor de veículos automotores eliminou parte da perda de 18,1% acumulada nos meses de maio e junho.

“Há uma melhora nesse ritmo da passagem de junho para julho, mas ainda é insuficiente para reverter as perdas observadas nos meses anteriores”, afirmou Macedo. “O número de horas trabalhadas foi maior do que a observada no mês de junho, claramente marcado por alguns feridos no evento Copa do Mundo. Mês de junho ficou marcado por um número maior de feriados”, completou.

Outras expansões se deram nos ramos de outros equipamentos de transporte (31,3%), máquinas e equipamentos (7,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (13,1%), outros produtos químicos (2,4%), confecção de artigos de vestuário e acessórios (8,6%), produtos farmacêuticos e farmoquímicos (5,0%), produtos têxteis (5,9%), produtos de minerais não-metálicos (2,5%) e indústrias extrativas (1,1%). Com exceção do último setor que mostrou taxa positiva pelo quinto mês seguido, as demais atividades apontaram resultados negativos em junho.

Produção industrial
Variação das grandes categorias econômicas em julho em comparação com o mês anterior
16,7-0,37,120,30,70,7Bens de capitalBensIntermediáriosBens deconsumoDuráveisSemiduráveis enão duráveisIndústria geral01020-1030
Fonte: IBGE

Entre os quatro ramos que reduziram a produção, a maior queda na média global foi em produtos alimentícios (-6,3%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,6%). O primeiro setor interrompeu três meses de crescimento na produção, período em que acumulou expansão de 6,9%, e o segundo eliminou parte do avanço de 6,5% alcançado no mês anterior.

Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis avançou 20,3%, a maior taxa desde janeiro de 2009, quando havia crescido 26,1%, e a mais acentuada no mês, interrompendo quatro meses consecutivos de taxas negativas, período em que acumulou perda de 30,9%.

Já o segmento de bens de capital (16,7%) reverteu quatro meses seguidos de queda na produção, com perda acumulada de 19,2% no período. De acordo com Macedo, os bens de capital influenciaram os caminhões, e os bens duráveis, os automóveis.

Bens de capital (-6,4%) e bens duráveis (-13,7%), no entanto, são os itens que apresentaram maior queda em comparação com o mesmo mês no ano anterior.

O setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis (0,7%), que também apontou resultado positivo nesse mês, repetiu o índice do total da indústria (0,7%), e eliminou parte do recuo de 1,4% registrado no mês anterior. O segmento de bens intermediários (-0,3%) assinalou a única taxa negativa em julho de 2014 e marcou o quarto mês seguido de queda na produção, acumulando redução de 1,6%.

G1

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