Política ou disfarce de ações ilegítimas?
Já disse nessa coluna que jamais chamaria o “senhor” Michel Temer de presidente. Pois bem, este propósito continua válido. E agora pensando de mim pra mim, vejo que não só estou correto como justificado pelo dito cujo, pois se nem mesmo ele acredita ser presidente. Mas parece que para ele está claro que é apenas aquele que se senta na cadeira usurpada por uma súcia que outra coisa não faz a não ser saquear e vilipendiar este pobre país, que há cinco séculos é pilhado, por essa corja que agora volta ao poder de maneira ilegítima.
Sempre penso que o ser humano que tenha alguma decência deve valorizar muito mais o ter que o ser e, como tal, manter-se digno; para poder estar onde é querido e não impor-se na caradura onde não é querido nem respeitado, salvo se lhe couber o direito legítimo. Pois o senhor usurpador confiou na sua cobiça pelo poder e no açulamento da oposição concupiscente e derrotada; aceitou entrar na onda de tomar de assalto o “trono”, por isso, este lhe é ilegítimo. Pois bem, agora anda com a cara nos pés, sabe que não tem o direito legítimo, nem ele tem “peito” para assumir as coisas como se nada tivesse acontecido, tanto porque a grande parte da sociedade, que agora lhe é oposição, não deixa isso acontecer: ou seja, um golpe não pode passar em brancas nuvens!
E porque digo isso? Por que imagino aqueles, que lhe deram apoio para o golpe, andarem se remoendo pelo fato de que o usurpador ainda não se investiu do cargo, de fato. Apesar de já ter concedido bônus como aumento aos funcionários federais dos teres poderes (coisa de que já tratei nessa coluna) e agradar como mimos espúrios a elite corrupta e os aduladores servis. Se não vejamos as derrapadas ritualísticas do chefe-marionette da armação PSDB-PMDB e outros.
Na abertura da Olímpiada no Maracanã, não tinha como ele se ocultar, então trazem-no de chofre, isto é, sem apresentá-lo, como diz a Bíblia, no Novo Testamento: “de repente, como um ladrão” e põe-no para dizer algumas palavras durante míseros 10 segundos, o suficiente para as pessoas identificarem-no, já com tudo acertado para quando o povo reconhecesse-o e começasse a apupá-lo, retirá-lo às pressas e colocar uma música bem alta para que os turistas não ouvissem os apupos. E assim se fez.
No encerramento, nem notícia do dito chefe da nação! Onde será que ele estava? Vendo as novelas alienantes da Globo? Preparando o assalto, digo, a reforma da Previdência? Ou maquiando junto com seus competentíssimos ministros, dentre os quais a maioria comprometida com a Lava-jato? Tentado arrecadar mais dois ou três milhões de reais para comprar mais uma fazenda para seu rebento de dois anos de idade? Ou será que ele agora se tornou também recatado e do lar…?
Já hoje, Sete de Setembro ele apareceu cercado dos seus bisonhos puxa-sacos interesseiros, ao lado da primeira dama Cupim, digo, Marcela Temer, para dar como iniciada o circo cívico-patriota e colocar os mamulengos na pista. Eis que ao olhar pqrq aquela figura espectral, vi que estava completamente à paisana, uma vez que a investidura de um presidente é sua faixa presidencial, a qual ele não portava, bisonho como sempre, mais que nunca parecia atabalhoado, perdido no meio daquela farsante encenação política, como que a pedir desculpa por estar ocupando um cargo que não é seu, não lhe foi confiado pelo povo, nem referendado pela democracia, e nunca lhe seria entregue legitimamente. Também ele não usou o habitual rolls royce, que todos os presidentes usaram no desfile dessa data, preferindo um carro fechado. Parece que ele está querendo tornar-se invisível e assim passar despercebido, onde quer que vá, para fugir aos apupos. Mas não deixou de ouvir vindas das arquibancadas as vais e os “Fora Temer”, como há de ouvir sempre!
Pelo que se observa a Presidenta Dilma é, foi e sempre será bem mais macho que ele. Ela sim enfrentou de cara limpa e cabeça erguida a matilha de cães raivosos que lhe gritava desaforos e acintes durante a abertura da Copa do mundo de 2014. Como sempre percebi, os defensores da Presidenta são muito mais humanos e educados do que esta elite de pacotilha, porquanto os da esquerda não gritam ao usurpador palavras de baixo calão, como sempre fez a elite pourri desta republiqueta golpista contra a Presidenta que se manteve digna, como sempre o fora.