PF prende policiais legislativos acusados de atrapalhar a Lava-Jato
O Congresso Nacional amanheceu cercado por policiais federais na manhã desta sexta-feira (21/10). Fortemente armados e encapados, eles vasculharam salas e gabinetes. Chamada de Métis, a operação objetiva desarticular associação criminosa armada responsável por embaraçar a Operação Lava-Jato, entre outras investigações. A suspeita é de que policiais legislativos faziam varreduras em casas de políticos para eliminar escutas instaladas legalmente.
Estão sendo cumpridos nove mandados judiciais, todos em Brasília, sendo quatro de prisão temporária e cinco de busca e apreensão, um deles nas dependências da Polícia do Senado. Os mandados foram expedidos pela 10º Vara Federal do Distrito Federal.
Em nota, a Polícia Federal informou que foram obtidas provas de que o grupo, liderado por Pedro Ricardo Arauj Carvalho, Diretor da Polícia do Senado, tinha a finalidade de criar embaraços às ações investigativas da Polícia Federal em face de senadores e ex-senadores, utilizando-se de equipamentos de inteligência.
Em um dos eventos, Pedro Ricardo ordenou a prática de atos de intimidação à Polícia Federal, no cumprimento de mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal em apartamento funcional de senador Fernando Collor. Naquele momento, em julho de 2015, a PF executava a operação Politeia, por ordem do STF.
Os investigados responderão por associação criminosa armada, corrupção privilegiada e embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa (art. 2º, §1º, da Lei 12.850/2013). Somadas, as penas podem chegar a 14 anos e seis meses de prisão, além de multa.
A Justiça Federal determinou a suspensão do exercício da função pública dos policiais do Senado envolvidos. O nome da operação faz referência à Deusa da proteção, com a capacidade de antever acontecimentos.
Correiobraziliense