Pau de Dar em Doido está de volta e com força total

Pau de dar em doido
Foto: Divulgação

A década de 90 marcou o Nordeste pela mistura de ritmos, que se não era uma novidade já que desde a década de 70 se produzia tal mistura, ganhou destaque pela mídia. Foi um sopro de novidade em uma época “engessada”. Muitos ficaram pelo caminho e alguns ainda colhem os frutos até hoje. Em João Pessoa uma entidade esperava voltar a vida e isso aconteceu.

A Pau de Dar em Doido é dessa época. Fez inúmeros shows mesmo sem possuir material gravado e entrou em estado de hibernação. Enquanto bandas da época foram mudando com o tempo, se adequando ou evoluindo e perderam um pouco da essência do começo, a Pau de Dar em Doido voltou como se não houvesse esse hiato de mais de uma década. Em 2015 eles lançaram o EP paudedaremdoido com a mesma sonoridade que os caracterizou antes.

Em 2016 lançaram EP com quatro músicas e a mesma sonoridade característica: guitarra, baixo, voz e percussão. A ausência da bateria em momento algum se faz visível já que os elementos percussivos explorados são amplos e suprem a necessidade. E vão além, já que se o propósito é ter a influência nordestina em seu som, nada cabe melhor que alfaia, ganzá, caixa e demais instrumentos que dão peso e tornam a música fluida para se dançar.

Emaranhado surge aproveitando duas músicas do EP (Digerador e Aterro) e amplia o discurso como forma de álbum. Onze músicas coesas que passeiam por coco, maracatu, rock, psicodelia e embolada que andam de mãos dadas com as letras de Ilsom Barros que exploram o dia a dia misturando política, a vida dos humildes, as inseguranças e lutas dos necessitados que voltaram a crescer com o atual cenário político brasileiro. Talvez uma frase que resuma todo o sentimento do disco seja “se dignidade não fosse morrer de fome”, apenas um trecho da música “Cordel” que traz de forma crua em versos a realidade dos mais humildes.

O saudosismo pode apontar pro começo da Nação Zumbi, ainda Chico Science & Nação Zumbi. Mas aqui a sonoridade, assim como as letras, é mais crua, mais direta. Os riffs de guitarra e as batidas secas da caixa e alfaia fazem parceria com a voz de Ilson. “Nenhuma Autoridade” que abre o disco e “Iroxima” que encerra se completam e traçam uma triste e perversa realidade que cresce a cada dia.

O inimigo

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Redação DiárioPB

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