Orquestra Sinfônica da Paraíba realiza concerto beneficente nesta quinta-feira
Com repertório de dança polonesa, oração judia e uma sinfonia nacionalista tcheca, a Orquestra Sinfônica da Paraíba apresenta nesta quinta-feira (10) o 10º concerto oficial da Temporada 2015. A apresentação acontece na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural, às 20h30, com o solista Nilson Galvão Santos Jr. (violoncelo) e o maestro português Osvaldo Ferreira, que vão mostrar duas obras sinfônicas inéditas nos palcos paraibanos. O concerto desta semana tem caráter beneficente e a arrecadação será destinada ao tratamento médico do flautista Geraldo Dias da Rocha Junior, professor do Departamento de Música da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que luta contra um câncer. Os ingressos custam R$ 10 (preço único).
O concerto abre com “Mazurka Op. 10 nº 1”, que faz parte de uma obra maior intitulada “Peças Características de Edward Elgar”. A obra de fácil assimilação possui melodias principais que ganharam o gosto popular no mundo inteiro e por isso é perfeita para abrir apresentações sinfônicas, provocando alegria e entusiasmo.
Max Brurch, autor de “Kol Nidrei – Adagio para Violoncelo, Orquestra e Harpa, Op. 47”, prestou um grande serviço e homenagem ao povo judeu em orquestrar, exatamente para o violoncelo solista, instrumento cujo timbre é o que mais se assemelha com a voz humana, esta oração de perdão. Cantada pelo povo judaico por precisar esconder suas origens culturais e religiosas de todas as perseguições sofridas ao longo da história. “A beleza desta obra é inconfundível”, classifica o maestro Luiz Carlos Durier, regente titular da OSPB.
A “Sinfonia n. 8 em Sol Maior, Op. 88”, de Antonin Dvorak, entra no programa trazendo a nacionalidade tcheca ao palco. Nela há uma forte atração com a forma do poema sinfônico. De acordo com Durier, os belos temas variam entre o eclesiástico eslavônico e o cantar de pássaros no primeiro. O segundo tem melodias consoladoras. No terceiro dançante há uma valsa que mais parece uma dumka, dança característica da sua região de nascimento. As variações melódicas do último promovem um empolgante ‘finale’.
“A OSPB realiza um concerto temático, onde a música é uma marca digital e rosto de um determinado povo. Os eleitos da noite são os povos de cultura polonesa, judia e tcheca. A arte musical é um meio de conhecer essas características marcantes das nações. E nossa orquestra, orgulho da nossa terra, vem mais uma vez, cumprir sua função social e artística conjuntamente com a população de todo o Estado”, finaliza Durier.
Geraldo Dias –É professor do Departamento de Música da UFPB desde 1993. Experiência musical nas áreas: flauta transversal, canto coral, regência coral, percepção musical e harmonia tonal. Tem regido e preparado diversos coros, a exemplo do Madrigal Villa-Lobos. Tem trabalhado com orquestras infanto-juvenis na UFPB desde 1995, como professor colaborador e como regente. Atualmente, é o regente titular da OSUFPB Jovem.
Nilson Galvão Santos Jr. (violoncelista) – É natural de Recife (PE). Filho de músicos, aos seis anos iniciou sua educação musical. Em 1988, iniciou os estudos de música no Conservatório Pernambucano de Música e também seus estudos de violoncelo. Em 1997, concluiu o curso de música/violoncelo do Conservatório e logo ingressou no curso de bacharelado em Música da UFPB.
É bacharel e mestre em violoncelo pela universidade de Campbellsville (EUA). Também ganhou prêmios no Brasil e no exterior. Em 2007, concluiu também mestrado em direção de orquestra pela Universidade de Louisville (EUA), e é doutorando em regência orquestral pela Universidade Northwestern. Como regente, atuou principalmente como assistente do maestro Jorge Mester junto à orquestra sinfônica de Louisville, tendo a responsabilidade de dirigir concertos didáticos e familiares.
Academicamente, atua ensinando música nas áreas de filosofia e psicologia, e tem como especialidade tratar do caráter semântico da música. Recentemente, iniciou estudos, junto à Secretaria de Patrimônio e Cultura, da música nas manifestações culturais de Pernambuco e em 2012 participou pela primeira vez, como jurado, dos desfiles das agremiações do Recife. Em 2013, ingressou no Quinteto da Paraíba, onde desenvolve trabalho como violoncelista. No ano de 2014, assumiu a direção artística/musical do Projeto Social Orquestra Criança Cidadã, sediado na cidade do Recife (PE).
Osvaldo Ferreira (regente convidado) – É atualmente o diretor artístico da Sociedade de Concertos de Brasília. Foi o diretor musical e regente titular da Orquestra Sinfônica do Paraná de 2011 até março de 2014 e diretor da Oficina de Música de Curitiba, o maior evento musical da América Latina, desde 2009. Em Portugal, foi diretor artístico da Orquestra do Algarve, diretor artístico do Festival Internacional de Música do Algarve, diretor e administrador do Teatro Municipal do Faro. Gravou vários CDs com obras de autores portugueses para a Editora Numérica e um CD duplo com Sinfonias de Mozart. Com a Orquestra do Algarve, apresentou-se em Viena, Bruxelas, Lisboa, Sevilha, Porto, Curitiba e Londres.
O seu percurso inclui mais de 600 concertos, cerca de 70 apresentações de óperas e bailados e ainda a apresentação integral das Missas e Réquiem de Mozart em 2007. A sua ligação com a música contemporânea é um dos aspectos mais importantes do seu trabalho, destacando-se a apresentação de estreias e primeiras audições de obras de alguns dos mais importantes compositores da atualidade.
Realizou mestrado em direção de orquestra em Chicago e pós-graduação no Conservatório de São Petersburgo. Foi laureado em 1999, no Concurso Sergei Prokofiev, na Rússia. Recebeu o “Fellowship” do Aspen Music Festival nos EUA, onde frequentou a American Conductors Academy.
Secm/PB
