No Piauí: Ricardo discute segurança pública em Encontro dos Governadores do Nordeste
O governador Ricardo Coutinho participou, nesta terça-feira (6), do Encontro dos Governadores do Nordeste realizado em Teresina, Piauí. Na ocasião, foram debatidos a implementação de um Plano de Segurança que integre todos os estados e o desenvolvimento de políticas públicas para a área, além das regras para a criação de um fundo nacional voltado para a segurança. Todas as propostas foram colocadas na Carta de Teresina, que será encaminhada ao Governo federal.
Para o governador Ricardo Coutinho, a questão da segurança ultrapassa os limites estaduais e tem sido o maior drama do país, já que é algo muito complexo e que tem uma relação direta com a desigualdade social. “O Brasil se transformou em uma fábrica de produção de matéria prima para a criminalidade. O enfoque sobre a segurança tem que ser permanente e obrigatório. Passou o tempo em que os problemas da segurança eram colocados apenas nas costas dos governadores, a responsabilidade é integrada”, pontuou. “Sempre defendi que o país tivesse um ministério específico para tratar da segurança pública. Espero que o Ministério da Segurança tenha compromisso e políticas públicas de médio e longo prazos”, acrescentou.
Sobre a população carcerária, o governador avaliou que é preciso tratar os crimes e as penas de forma separada. “Por exemplo, acho que crimes cometidos em forma de associação, a guarda deveria ser do Governo Federal e que envolvidos com o crime organizado deveriam ir para presídios federais. Outra questão é em relação às unidades de medidas socioeducativas. Grande parte da nossa juventude vive sem perspectiva de futuro. É preciso dar alternativa para estes jovens que erraram, mas que podem mudar, por isso implantamos educação integral e ensino profissionalizante nas unidades socioeducativas da Paraíba”, comentou.
Ricardo lembrou do problema das explosões bancárias, algo que preocupa todo o Nordeste e que deveria ser algo tratado com mais rigor por parte das instituições privadas. “As explosões bancárias afetam a sensação de segurança de muitas cidades. Uma explosão causa pânico nas pessoas, porque os bandidos chegam com técnicas de guerrilha, cercam a cidade, metralham a delegacia, enfim, levam o dinheiro e deixam o medo. As polícias não podem ser guardiãs dos bancos. A questão dos bancos tem que ser revista nacionalmente, as instituições bancárias precisam investir mais em segurança privada”, disse.
Ricardo Coutinho ainda lembrou que na Paraíba há uma redução de homicídios, consecutivamente, desde 2012, “porém para reduzir ainda mais os crimes no Nordeste é preciso uma integração regional, porque os crimes que acontecem nos estados vizinhos interferem no todo”, analisou.
O governador do Piauí, Wellington Dias, anfitrião do encontro, comentou que um dos principais problemas apontados pelo povo brasileiro é a falta de segurança, por isso os governadores buscam dialogar para que possam apresentar uma proposta integrada visando soluções para este problema. Na oportunidade, foi apresentado o sistema de inteligência desenvolvido pela equipe da Secretaria de Segurança do Piauí, para fazer acompanhamento da criminalidade. “Hoje temos a oportunidade de tratar um tema que diz respeito ao Nordeste e todo país. Conversamos muito e sentimos a importância de pautar o assunto da segurança pública, para encontrar soluções”, frisou Wellington Dias.
O governador do Ceará, Camilo Santana, propôs a criação de Centros Integrados Regionais, “isso fortaleceria a nossa luta de implementar a proteção das fronteiras estaduais, combate do tráfico de drogas e de armas, integrando o sistema de informações a nível nacional. Esse é o grande anseio do povo brasileiro”.
Como parte do Encontro dos Governadores do Nordeste, foi assinado um Termo de Cooperação pelos governadores e elaborada a Carta de Teresina, documento que elenca as prioridades a serem trabalhadas no âmbito da segurança pública, de acordo com as sugestões de representantes de todos os estados nordestinos. Os documentos serão encaminhados ao Governo Federal.