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Mulheres negras de João Pessoa saem em cortejo contra o racismo

Ato em São Paulo lembra Dia Internacional da Mulher Negra
Movimento de Mulheres Negras da Paraíba – Foto: Divulgação

O Movimento de Mulheres Negras da Paraíba realiza um cortejo em João Pessoa, nesta terça-feira (24), contra o racismo, o sexismo, o alto índice de homicídios e outras formas de opressão ainda vivenciadas pela mulher. A concentração se dará às 7h30 no Mercado Central, Av. Dom Pedro II (em frente à Floricultura Moça Flores).

A manifestação faz parte da programação do 20ª Edição do 25 de Julho, Dia Internacional das Mulheres Negras da América Latina e do Caribe e Dia de Tereza de Benguela.

Sob o lema ‘Mulheres Negras em Movimento pela Democracia e o Bem Viver’, o cortejo, puxado pelo Coco das Manas e várias mulheres artistas, sai às 8h, percorre o interior do Mercado Central e toma as ruas centrais da cidade, com encerramento no Parque da Lagoa. O roteiro inclui uma programação com músicas, poesias e performances.

A professora Solange Rocha, da Bamidelê, diz que o 25 de Julho na Paraíba é um momento de se ressaltar as reivindicações políticas das mulheres negras da América Latina e do Caribe. “Especialmente, no caso do Brasil, em 2018, defendemos o restabelecimento da Democracia e do bem viver, ou seja denunciamos o golpe político em curso desde 2016” diz a militante.

Ela destacou como principais demandas, as políticas públicas especificas de enfrentamento às desigualdades sociais e ao neoliberalismo, ao racismo e o machismo. “ Para que possamos construir um sociedade equânime”, define Solange Rocha.

Para a professora, o marco político, 25 de Julho, estabelecido desde o ano de 1992, na República Dominicana, é também uma oportunidade de se celebrar o protagonismo das mulheres negras. “ Com suas astúcias e inteligências, ousaram se contrapor ao status quo de todas épocas históricas e movimentam todos os países da America Latina e do Caribe”, acrescenta.

Solange lembra que no Brasil não foi diferente. São muitas as histórias desde a época da escravidão até a contemporaneidade. “Afinal, nossos passos vêm de longe e estamos em movimento, em luta”, conclui a professora.

Dia 25

De acordo com a agenda afro-feminista do evento, iniciada no último dia 14, na quarta-feira (25), foco da programação, as atividades serão realiadas no auditório da Energisa no horário das 16h às 22h, com um evento acadêmico cultural.

Haverá apresentação das Cirandeiras de Caiana (quilombolas) e um debate com a ativista Cida Bento, do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT/SP). No pátio, haverá uma feira de artesanatos produzidos por mulheres negras de João Pessoa e quilombolas.

Nos debates ocorridos desde o inicio da agenda, as militantes destacam a preocupação com o alto índice de assassinatos e outros tipos de violências no Brasil, que atingem principalmente jovens negros e negras.

Crescimento da violência

De acordo com o instituto de Políticas Econômicas Aplicadas (IPEA), nos últimos anos, vêm crescendo as taxas de assassinatos de mulheres negras no país se contrapondo aos demais grupos étnicos cujos índices foram reduzidos.

Segundo dados do instituto, do total entre os grupos éticos, 62,2% de mulheres estupradas são negras; 62,8% de morte materna são de negras; 68,8% de mulheres assassinadas são negras; 59,4% dos registros de violência doméstica no serviço 180 referem-se a mulheres negras.

O 25 de Julho 2018, em João Pessoa, é realizado pelo Movimento de Mulheres Negras da Paraíba, com a parceria de entidades feministas da sociedade civil, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e outros colaboradores.

Com informações do Correio

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Redação DiárioPB

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