JUSTIÇA

Ministério Público pede prisão de pastor que aplicou golpe de R$ 3 milhões em fiéis, na Paraíba

Outros religiosos são alvo de operação por roubo à 50 mil pessoas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O pastor Péricles Cardoso de Melo, acusado de estelionato contra fiéis da igreja Assembleia de Deus em João Pessoa, teve pedido de prisão requerido pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB). A informação foi confirmada ao GLOBO pela instituição. Em julho, a Polícia Civil concluiu que ele recebeu ao menos R$ 3 milhões em golpes.

O religioso já encontrava-se afastado das suas funções eclesiásticas desde 14 de julho, após decisão da diretoria estadual da Assembleia de Deus. O caso chegou ao conhecimento da diretoria da instituição por meio de denúncias de membros da congregação. Conforme a Polícia Civil da Paraíba, cerca de 30 pessoas teriam sido vítimas do pastor.

“Segundo apurado inicialmente, o Sr. Péricles Cardoso de Melo teria praticado crimes como estelionato e furto contra a igreja, congregados e pessoas próximas”, diz a nota da Assembleia de Deus.

Ainda de acordo com as denúncias, Péricles Cardoso se utilizava da condição de pastor para obter a confiança das vítimas. O investigado teria agido de diferentes formas para aplicar os golpes. Por vezes, o pastor usava cartões de crédito dos fiéis ou conseguia com eles cheques e notas promissórias. Em outras situações, fazia empréstimos.

De acordo com o Portal T5, que teve acesso ao parecer assinado pela promotora Gláucia Xavier, crimes de apropriação indébita e estelionato foram apontados ao pastor e à Vânia Francisco de Macedo Melo. Além disso, o MP pediu à Justiça da Paraíba a prisão preventiva dos investigados e a autorização de um mandado de busca e apreensão.

Pastores são alvo de operação por aplicar golpes em 50 mil pessoas

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O pastor Osório José Lopes Júnior foi alvo de uma operação nesta quarta-feira, 20, suspeito de aplicar golpes em mais de 50 mil pessoas em todo país e no exterior. Além do religioso, um outro pastor que não teve o nome divulgado também é alvo da operação. Os dois não foram localizados pela Polícia Civil do Distrito Federal e são considerados foragidos. O golpe pode ser considerado um dos maiores do Brasil.

Osório, apontado como líder do grupo criminoso que conta com 200 integrantes, conforme a PC, é conhecido por ter provocado um prejuízo de R$ 15 milhões a fiéis de Goianésia (GO), em 2018. Além dos mandados de prisão preventiva contra a dupla de pastores, a PC cumpre 16 mandados de busca e apreensão no DF, Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo.

A investigação aponta que os suspeitos formavam uma rede criminosa muito bem organizada, com estrutura ordenada e divisão de tarefas, especializada no cometimento de diversos crimes, como falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, e estelionatos por meio de redes sociais. As vítimas eram induzidas a investir quantias em dinheiro com a promessa de recebimento futuro de quantias bilionárias.

Vítimas e golpistas evangélicos

Usando a religião, os golpistas abordavam as vítimas, em sua grande maioria evangélicas, pelas redes sociais e invocavam uma teoria conspiratória apelidada de “Nesara Gesara” para convencê-las a investir suas economias em falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias. Havia promessa de retorno financeiro imediato e rentabilidade estratosférica.

Foi detectada, por exemplo, a promessa de que com um depósito de apenas R$ 25 as pessoas poderiam receber de volta nas “operações” o valor de R$ 1 octilhão (R$ 1.000.000.000.000.000.000.000.000.000).

O golpe pode ser considerado um dos maiores já investigados no Brasil, uma vez que foram constatadas, como vítimas, pessoas de diversas camadas sociais e localizadas em quase todas as unidades da Federação, estimando-se mais de 50 mil vítimas.

De acordo com a investigação, iniciada há cerca de um ano, o grupo é composto por cerca de 200 integrantes, incluindo dezenas de lideranças evangélicas intituladas pastores, que induzem e mantêm em erro as vítimas, normalmente fiéis que frequentam suas igrejas, para acreditar no discurso de que são pessoas escolhidas por Deus para receber a “bênção”. Ou seja, as quantias bilionárias.

Os investigados mantinham empresas “fantasmas” e de fachada, simulando ser instituições financeiras digitais com alto capital social declarado. Para dar aparência de veracidade e legalidade às operações financeiras, os investigados celebravam contratos com as vítimas, ideologicamente falsos, com promessas de liberação de quantias surreais provenientes de inexistentes títulos de investimento, que estariam registrados no Banco Central do Brasil (Bacen) e no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

A investigação também apontou movimentação superior a R$ 156 milhões, nos últimos cinco anos, bem como foram identificadas cerca de 40 empresas “fantasmas” e de fachada, e mais de 800 contas bancárias suspeitas.

Prisão 
Em dezembro do ano passado, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, em Brasília, um suspeito de envolvimento no esquema, após ele ter feito uso de documento falso em uma agência bancária localizada na Asa Sul, simulando possuir um crédito de aproximadamente R$ 17 bilhões.

Porém, mesmo após a prisão em flagrante desse indivíduo, à época o principal digital influencer da organização criminosa, o grupo continuou a aplicar golpes.

Os alvos poderão responder, a depender de sua participação no esquema, pelo cometimento dos delitos de estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa.

DiárioPB com POLÊMICA PARAÍBA

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Redação DiárioPB

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