EDUCAÇÃO

MEC e MIR lançam Programa Caminhos Amefricanos, essa iniciativa visa fortalecer a educação antirracista

O Ministério da Igualdade Racial (MIR), em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), lançou o Programa “Caminhos Amefricanos: Programa de Intercâmbios Sul-Sul”. A iniciativa visa promover intercâmbios para o fortalecimento de uma educação antirracista, a partir da troca de experiências, conhecimentos e políticas públicas em países do sul global para docentes e estudantes de licenciatura. A cerimônia de anúncio ocorreu na segunda-feira, 31 de julho, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em São Luís (MA).  

O MEC foi representado por Lucimar Dias, diretora de Políticas de Educação Étnico-Racial Educação Escolar Quilombola, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi). Também participaram do lançamento a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o reitor da UFMA, Natalino Salgado Filho, equipes do MIR, além de parlamentares estaduais e federais. 

Em sua fala, Lucimar Dias considerou o momento emocionante e de grande satisfação por ser uma mulher negra, que estudou em escola pública, e poder representar o Ministério da Educação no lançamento do Programa Caminhos Amefricanos, a primeira parceria oficial do MEC com o MIR nesta gestão. Também lembrou que o ministro da Educação, Camilo Santana, considera a parceria entre os dois ministérios fundamental para o desenvolvimento de políticas de equidade racial no campo educacional. “Há muito a se fazer. O ministro Camilo Santana e, certamente, o presidente Lula sabem da necessidade de constituirmos uma política sólida que garanta educação para as relações étnico-raciais em todas as escolas brasileiras, bem como termos professores com formação adequada e protocolo de ação preventivo e reativo a situações de discriminação nas escolas”, pontuou.

 A ministra Anielle Franco iniciou seu discurso falando sobre o poder da educação e do letramento racial. Também destacou que o programa “Caminhos Amefricanos: Programa de Intercâmbios Sul-Sul” é uma estratégia de enfrentamento ao racismo e impulsionamento das ações por igualdade racial. “Após anos sombrios, estamos empenhados em iluminar a vida da nossa população, especialmente as mais vulneráveis na parte da educação. Esse programa vai fomentar a troca de conhecimento sobre políticas públicas em países do sul global, fortalecendo a agenda da equidade étnico-racial e a construção de uma educação antirracista”, declarou a ministra.  

Anielle também considerou que o programa vai produzir e socializar conhecimento construído em cooperação com países africanos, latino-americanos e caribenhos, além de dialogar com países da diáspora africana para apreensão e socialização de tecnologias utilizadas para combate e superação do racismo e das políticas públicas de inclusão da história e da cultura africana. “A igualdade racial não é o assunto de uma pasta, é do Brasil inteiro. Não é uma agenda apenas do governo: é pauta do Estado”, concluiu.  

Natalino Filho, reitor da UFMA, considerou a cerimônia uma iniciativa digna de aplauso, especialmente por ocorrer na UFMA, pioneira na implantação de licenciatura de estudos africano e afro-brasileiros, desde 2015, proporcionando a capacitação de docentes para lecionarem nas áreas de história, filosofia, sociologia e geografia. “Esse momento é simbólico e significativo, visto que se materializa como importante iniciativa de valorização da diversidade étnico-racial e combate ao racismo e à discriminação, e que coloca em perspectiva mais uma forma de reparação histórica”, afirmou.  

Caminhos Amefricanos O Programa visa promover intercâmbios de curta duração para estudantes de licenciatura e docentes da educação básica em países africanos, latino-americanos e caribenhos. Os países contemplados no primeiro ano do programa serão Cabo Verde, Colômbia e Moçambique. 

No âmbito do Ministério da Educação, cabe à Diretoria de Políticas de Educação Étnico-racial Educação Escolar Quilombola, da Secadi, organizar o curso de formação para estudantes e professores selecionados para participarem do programa. Também é de responsabilidade do MEC, por meio da Secadi, firmar parceria com instituições de educação superior para formação, acompanhamento e avaliação de estudantes intercambistas brasileiros e estrangeiros. 

DiárioPB com Ascom-MEC

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