Marcha das Margaridas chega a Brasília e deve reunir 70 mil mulheres em defesa de direitos e da democracia
Começou nesta terça-feira (11) em Brasília a 5ª edição da Marcha das Margaridas, maior manifestação camponesa pelos direitos das mulheres do planeta. Tradicionalmente apoiada pelo PT, a Marcha, coordenada pela Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), e apoiada por 11 entidades, tem como objetivo viabilizar uma série de reivindicações relativas à qualidade de vida das mulheres do campo e contra o conservadorismo político atual, que ameaça conquistas históricas dos trabalhadores brasileiros. O ex-presidente Lula confirmou presença na abertura do evento.
A partir da manhã desta terça começam a chegar à Capital caravanas vindas de todos os estados. A abertura oficial do evento está programada para ocorrer às 19h, no Estádio Nacional de Brasília- Mané Garrincha, com a presença de cerca de 70 mil mulheres camponesas. Já a Marcha das Margaridas está programada para ocorrer entre as 7h e 12h de quarta-feira (12), na Esplanada dos Ministérios. No mesmo dia, às 15h, a presidenta Dilma Rousseff participa do encerramento das atividades.
Para o coordenador do Núcleo Agrário da bancada do PT na Câmara, deputado Padre João (MG), a Marcha também deverá defenderá o respeito à democracia brasileira.
“A Marcha das Margaridas, além do conjunto de reivindicações que tratam do fortalecimento da agricultura familiar, da expansão da reforma agrária e da melhoria das condições de vida das mulheres do campo, também deverá trazer solidariedade à presidenta Dilma Rousseff, além do apoio à observância e do respeito às regras da democracia no nosso País”, explicou o petista.
Entre as pautas da Marcha já entregues ao governo e ao parlamento, o coordenador do Núcleo Agrário do PT destaca a aceleração das desapropriações para fins de reforma agrária e das ações em apoio à agroecologia, e da implementação total do Pronera (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária).
Apoio- A Marcha das Margaridas também conta com o apoio irrestrito de toda a bancada do partido, principalmente das parlamentares do PT. Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), “a Marcha é o movimento popular mais belo do Brasil porque tem a capacidade de trazer as mulheres camponesas para o centro do debate, para que expressem a sua força, coragem e capacidade de transformação da sociedade”, ressaltou.
Na mesma linha, a deputada Professora Marcivânia (PT-AP) destaca que “ao dar visibilidade às demandas das mulheres do campo, a Marcha contribui para a viabilização das mesmas junto aos poderes Executivo e Legislativo”.
Histórico- A Marcha das Margaridas leva esse nome em homenagem à líder sindical Margarida Maria Alves, que lutava pela reforma agrária e pelos direitos dos trabalhadores do campo. No dia 12 de agosto de 1983 Margarida foi brutalmente assassinada em frente à própria casa, em Alagoa Grande (PB), com um tiro de espingarda no rosto (desferido por um matador de aluguel), na presença do marido e do filho de apenas dez anos de idade.
À época de seu assassinato, Margarida movia mais de cem ações trabalhistas na Justiça do Trabalho local, batendo de frente contra interesses dos donos da Usina Tanques, a maior usina de açúcar do Estado.
Héber Carvalho