RELIGIÃO

Líder de religião de matriz africana recebe título de Doutor Honoris Causa pela Unifesp

Tata Nkisi Katuvanjesi (Walmir Damasceno) é a primeira liderança de Candomblé reconhecida por uma universidade pública federal no estado de São Paulo

Tata Nkisi Katuvanjesi (Walmir Damasceno), liderança do Terreiro Inzo Tumbansi, em Itapecerica da Serra, na grande São Paulo, receberá o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) no próximo dia 10 de maio. Katuvanjesi é a primeira liderança de Candomblé reconhecida por uma universidade pública federal no estado de São Paulo. A indicação do seu nome foi aprovada por aclamação, na última reunião do Conselho Universitário da Universidade Federal de São Paulo, ocorrida em novembro de 2023.

Nascido nos porões do casarão da Fazenda Liberdade, zona rural de Barra do Rocha, no sul da Bahia, em 1963, filho de trabalhadores rurais, Tata Nkisi Katuvanjesi é líder comunitário, político e religioso, reconhecido nacional e internacionalmente como embaixador e guardião dos saberes africanos. Ele será o quarto doutor honoris causa da universidade.

Além dele, integram a lista dos títulos honoríficos entregues pela instituição Davi Kopenawa, Amelinha Teles e o educador Paulo Freire (in memoriam). A solenidade tem presença confirmada de personalidades do universo africano e afro-brasileiro, a exemplo do rei Mwatchisenge-wa-Tembo, soberano Lunda Tchokwe, da República de Angola.

“Sua trajetória é marcada por lutas pelos direitos das populações de matriz africanas no país, pela preservação da cultura e dos saberes Bantu no Brasil, na América Latina e Caribe. Tata (Pai, em língua kimbundu), trabalha muito na articulação entre lideranças políticas, religiosas e culturais do Brasil e por isso é chamado e reconhecido como embaixador, com contribuições inestimáveis na aproximação entre os saberes tradicionais de matriz africana e os saberes acadêmicos. Toda essa valiosa trajetória explica a proposição de seu nome para a concessão do título de Doutor honoris causa”, destaca Ana Maria do Espírito Santo Slapnik, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da Unifesp, da pró-reitoria de Extensão e Cultura, responsável pela indicação do nome de Tata.

Walmir Damasceno (Tata Katuvanjesi) possui forte atuação na luta política em defesa da democracia, dos direitos humanos e da luta antirracista. Como liderança política e religiosa, dirige o Terreiro Inzo Tumbansi e é representante no Brasil do Centro Internacional de Civilizações Bantu (CICIBA), onde iniciou um processo de reafricanização, de revisão linguística e litúrgica com vistas a uma maior aproximação de suas raízes kongo-angola.

O ativista também atua na consolidação e difusão das práticas associadas às tradições Bantu, no Brasil e em outros países da América Latina e África.

Com Brasil 247

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Redação DiárioPB

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