Juiz que faz a correição da Lava Jato mira depósitos judiciais e deve quebrar sigilos bancários
Ministro Luís Felipe Salomão apura o destino de cerca de R$ 300 milhões obtidos pela força-tarefa
Uma correição extraordinária está sendo realizada na 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), responsáveis pela operação Lava Jato, a fim de examinar cerca de R$ 300 milhões em depósitos judiciais, segundo informa a jornalista Juliana Braga, na coluna Painel, da Folha de S. Paulo. O corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, pretende analisar detalhadamente as decisões relacionadas a esses recursos, assim como sua origem e destino, podendo solicitar a quebra de sigilo bancário, se necessário.
Essa inspeção extraordinária foi aberta após o afastamento do juiz Eduardo Appio de suas funções, em meio a alegações de uma suposta ameaça ao desembargador federal Marcelo Malucelli. Appio nega as acusações. Antes de ser afastado, ele estava revisando as decisões do ex-juiz Sergio Moro, seu antecessor.
Salomão também tem a intenção de examinar minuciosamente os acordos de cooperação internacional e a condução das delações premiadas. O ministro estará em Curitiba esta semana para acompanhar de perto os trabalhos. Em 2019, um acordo homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, já havia estabelecido que os R$ 2,6 bilhões, originalmente destinados a um fundo a ser administrado pelo Ministério Público Federal (MPF), fossem depositados na conta única do Tesouro para serem utilizados em gastos com saúde e educação.
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