Jornalista do Panama Papers é morta por bomba após expor corrupção
Morreu na manhã desta terça-feira (17), após um atentado a bomba, a jornalista investigativa maltesa Daphne Caruana Galizia. Uma bomba foi plantada em seu carro, que ficou completamente destruído.
Premiada, Galizia era uma das jornalistas que compunham a rede global de investigação de corrupção conhecida como Panama Papers. Recentemente, ela havia exposto a participação de importantes nomes do governo de Malta no esquema que envolve o uso de empresas offshores para esconder dinheiro em paraísos fiscais.
Dias antes do atentado, a jornalista já havia revelado que vinha sofrendo ameaças de morte.
O primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, admitiu que Galizia era uma critica ferrenha de seu governo e que eles divergiam politicamente, mas afirmou que “ninguém pode justificar um ato bárbaro como este”, e informou que não vai “descansar até ver que a justiça foi feita neste caso”.
“O que aconteceu é inaceitável em vários níveis. É um dia triste para nossa democracia e liberdade de expressão”, afirmou.
Os Panama Papers consistem em uma série de reportagens, divulgadas pela primeira vez no início de 2016, que revelou um esquema global de corrupção, envolvendo políticos e empresários do mundo inteiro que utilizavam empresas de fachada e offshores para esconder dinheiro em paraísos fiscais. A empresa matriz desse esquema é a Monssak Fonseca, uma consultoria e firma de advocacia do Panamá – daí o nome da investigação.
Entre os nomes supostamente envolvidos nos esquema estão o de empresários e políticos brasileiros, como o do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, até membros da família Marinho, detentora do Grupo Globo.
Revista Forum