Imprensa suíça começa a expor cooperação ilegal entre o país e a Lava Jato
247 – A imprensa suíça começa a dar destaque à cooperação questionável de investigação que a operação Lava Jato fez com o país. Começam a sair em jornais, rádios e emissoras de TV reportagens indicando trocas de informações, violação de acordos de cooperação e ruptura com o Estado Democrático de Direito entre membros da Lava Jato e a Procuradoria-Geral da Suíça, que vieram à tona após o STF liberar à defesa do ex-presidente Lula o compartilhamento da íntegra das mensagens vazadas da operação, que foram hackeadas no aplicativo Telegram
Segundo reportagem publicada no site suíco Swissinfo.ch, “como parte de seu acordo para prestar assistência jurídica ao Brasil, a Procuradoria-Geral da Suíça (OAG) congelou mais de mil contas em 40 bancos diferentes, totalizando mais de US $ 1,1 bilhão. Um total de 210 pedidos oficiais de colaboração para investigar suspeitos foram feitos pelos brasileiros. Sem a Suíça, muitos casos no Brasil dificilmente teriam sido levados a julgamento. No total, mais de US $ 700 milhões em contas em Genebra, Lugano e Zurique foram devolvidos ao Brasil”.
A reportagem também indica que, “no entanto, revelações recentes lançaram uma nova luz sobre como os promotores suíços e brasileiros cooperaram. De acordo com documentos divulgados pelo Supremo Tribunal Federal, parte da troca de informações sobre contas bancárias e nomes de suspeitos foi compartilhada pelo aplicativo de mensagens instantâneas Telegram, e não pelos canais oficiais”.
“As revelações imediatamente levantaram questões. Os investigadores de diferentes países podem trocar informações legalmente de forma informal? Eles violaram os acordos de cooperação? Eles minaram o Estado de Direito?”, indaga a matéria.
A publicação também ressalta o posicionamento da força-tarefa contra o ex-presidente Lula. “Uma de suas decisões mais relevantes foi a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção em processo ainda contestado por juristas por se basear em provas fracas ou inexistentes”.