Governo volta a reunir centrais para discutir mudanças em benefícios
Ministros escalados pelo Palácio do Planalto para esclarecer as mudanças em benefícios previdenciários voltarão a se reunir nesta terça-feira (3) em São Paulo com centrais sindicais. Este será o segundo encontro em duas semanas e faz parte de uma série de reuniões que os ministros têm tido com entidades ligadas aos trabalhadores.
Em dezembro do ano passado, o governo tornou mais rígido o acesso aos benefícios, entre eles seguro-desemprego e pensão por morte. Entre as mudanças definidas está a triplicação do período de trabalho exigido para que o trabalhador peça pela primeira vez o seguro-desemprego. O período seguido de trabalho necessário foi elevado de seis meses para 18 meses.
De acordo com a Secretaria-Geral da Presidência da República, participarão do encontro com as centrais o ministro-chefe da pasta Miguel Rossetto, além de Carlos Gabas (Previdência), Nelson Barbosa (Planejamento) e Manoel Dias (Trabalho). Do lado das entidades, estarão a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).
Na primeira reunião entre o governo e as entidades, em 19 de janeiro, Rossetto afirmou que a intenção do governo é esclarecer aos representantes dos trabalhadores as medidas e “abrir o diálogo” com a categoria. Ele afirmou que o governo garantirá todos os benefícios aos trabalhadores, mas fará “correções” e “ajustes” a fim de garantir a manutenção dos benefícios.
“Essas mudanças estruturais positivas no mercado de trabalho e na qualidade de vida da população impactam significativamente nas políticas sociais do governo e com base nesse diagnóstico o governo estudou formas de aperfeiçoar os programas e propor a correção das distorções”, afirmou o ministro no primeiro encontro.
‘Aprimoramento’
Em nota, o presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que a central não aceitará discutir com o governo a retirada de direitos dos trabalhadores e o governo pode tomar medidas sem prejudicar a classe.
“Se há distorções, elas têm de ser corrigidas. A CUT concorda em aprimorar e blindar o sistema do seguro desemprego e de benefícios do INSS para evitar fraudes, sem qualquer relação com o ajuste fiscal”, disse Freitas.
“Por que ao invés de ‘economizar’ retirando direitos dos trabalhadores, o governo não taxa as grandes fortunas, diminui a sonegação fiscal, aumenta a alíquota de imposto de renda para quem ganha mais pagar mais e quem ganha menos pagar menos, aumenta a arrecadação do imposto territorial rural e sobre herança?”, indagou o dirigente da CUT.
G1
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